DICAS BÍBLICAS - MAIO 2014

Emaús!

Como sois sem inteligência e lentos para crer 
em tudo o que os profetas falaram!


Texto de Lc 24,13-35 

Os relatos pascais nos mostram diversos caminhos para encontrar-nos com o Ressuscitado. O relato de Emaús é o mais significativo e o mais extraordinário. A situação dos discípulos é de desânimo. Não compreenderam, apesar de terem ouvido a mensagem da ressurreição.

As mulheres lhes comunicaram sua experiência e lhes anunciaram que Ele ressuscitou. Que Ele está vivo! Mas é inútil. Eles continuam seu caminho envolvidos em tristeza e desânimo. Todas as esperanças postas em Jesus desapareceram com o fracasso da cruz. Mas apesar de tudo, os discípulos continuam pensando em Jesus, falando dele, perguntando por Ele. É nesse momento que o Ressuscitado se faz presente em sua caminhada. Onde homens e mulheres recordam Jesus e se perguntam pelo significado de sua mensagem e de sua pessoa, ali está Ele, embora sejam incapazes de reconhecer sua presença.

Os dois discípulos caminham para casa, tristes e desolados. Sua fé em Jesus apagou-se. Foi tudo uma ilusão. Jesus, que os segue sem fazer-se notar, alcança-os e caminha com eles. “Jesus se pôs a caminhar com eles. Mas seus olhos não eram capazes de reconhecê-lo”. O importante é que estes discípulos não se esquecem de Jesus, conversam e discutem sobre Ele. Lembram suas palavras e sua vida de grande profeta, deixam que aquele desconhecido lhes vá explicando o que ocorreu. “Seus olhos não se abrem imediatamente, mas seu coração começa a arder.”

O texto nos leva à experiência do ressuscitado
Este evangelho é fruto da experiência pascal dos discípulos. A riqueza deste texto é tal que precisa ser saboreado, internalizado. É um profundo testemunho de fé. Cada trecho é uma verdadeira Páscoa: da cegueira à visão, da enfermidade à cura, da morte à vida, da tristeza à alegria, da falta de esperança à esperança, do ódio ao amor.
Na experiência, os discípulos retêm o caminhante desconhecido, para cearem juntos na aldeia de Emaús. O gesto é simples, mas íntimo. Uns caminhantes, cansados da viagem, sentam-se para compartilhar a mesma mesa. Aceitam-se como amigos e descansam juntos, das fadigas de uma longa caminhada. É nesse momento que “se abrem os olhos” dos discípulos e eles descobrem Jesus, como alguém que alimenta sua vida, os sustenta no cansaço e os fortalece para a caminhada.
É necessária a experiência da ceia eucarística. Embora ainda não saibam quem Ele é, os dois caminhantes sentem necessidade de Jesus. Sua companhia lhes faz bem. Não querem que Ele os deixe: “Fica conosco. Jesus entrou para ficar com eles”. Na ceia seus olhos se lhes abrem.

Vamos pensar um pouco
Se alguma vez, ao ouvir o Evangelho de Jesus recordarmos de suas palavras, e sentirmos “arder o nosso coração”, não esqueçamos que Ele caminha conosco.
Se alguma vez, por pequena que seja nossa experiência, ao celebrar a Eucaristia nos sentirmos fortalecidos em nosso caminho e animados para continuar nosso viver diário, não nos esqueçamos de que é Jesus quem está alimentando nossa vida e nossa fé.
Se em algum momento, Jesus nos comove, se suas palavras chegam a penetrar em nós e se o nosso coração começar a arder, é sinal de que nossa fé estará despertando.

Fonte: 
O Caminho aberto por Jesus - Lucas  – José Antonio Pagola



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