EVANGELHO – SEGUNDO MATEUS


AUTOR – Segundo a tradição da Igreja, o autor é Mateus. Seu nome era Levi e sua vocação é narrada pelos três sinópticos (designação que se dá aos três primeiros Evangelhos do N.T. – Mateus Marcos e Lucas).  
Ele era um publicano, filho de Alfeu, que recebeu o chamado de Jesus, deixou tudo e o seguiu. Seu Evangelho surgiu aos poucos, de sua elaboração participaram muitas pessoas, sobretudo a comunidade do próprio Mateus. Assim, é correto falar Evangelho “segundo” Mateus, e não de Mateus.
De qualquer modo quem o escreveu mostra ser judeu culto e bem familiarizado com a Escola Rabínica (Mt. 13,52) “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos Céus é comparado a um pai que tira de seu tesouro coisas novas e velhas”.

LÍNGUA – Hebraico, isto é, aramaico, que era a língua dos judeus da época. Traduzido livremente para o grego.

DATA – por volta de 85/90 d.C.

LOCAL – Há divergências sobre isso, seria Antioquia da Síria, ou a Fenícia, ou Galileia.

DESTINATÁRIOS – Comunidades cristãs vindas do judaísmo e que passavam por uma grande crise. No ano 70 d.C., Jerusalém com seu Templo foram destruídos pelos romanos. Os grupos religiosos judeus, que existiam na época de Jesus, já haviam desaparecido quase todos (saduceus, zelotas, essênios). Sobraram só os fariseus e os escribas que cerca do ano 85 se reuniram numa cidade chamada Jâmnia. Ali fizeram uma espécie de Concílio, no qual expulsaram do judaísmo todas as correntes contrárias aos ensinamentos dos fariseus, incluindo os cristãos.
Essa rejeição por parte de seus irmãos na fé, mergulhou as comunidades cristãs em uma crise profunda. Surgiu então um escrito que garantia que Jesus de Nazaré era o Messias e que este Emanuel (Deus conosco) estaria com os seus até o fim dos séculos. (Mt 1, 1. 23; 28, 20) “Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão gerou Isaac (...) Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel; (...) Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

FONTES – A base principal dos Evangelhos é a tradição oral da pregação dos Apóstolos. Já se percebe que Mateus, como Lucas, inspirou-se em Marcos, que foi o primeiro evangelho escrito, mas numa redação diferente da atual e anteriormente a ela.
            O segundo e o terceiro evangelhos têm palavras e discursos que estão muito reduzidos em Marcos e, além disso, concordâncias contra Marcos. Daí os estudiosos concluíram que eles tiveram também outra fonte, para nós desconhecida, que colecionou sobretudo sentenças de Jesus. Convencionou-se chamá-la de fonte “Q”, primeira letra da palavra “Quelle”, que quer dizer fonte, em alemão.

TEMA – O tema deste Evangelho é o Novo Israel. Mateus insiste fortemente com suas comunidades sobre o tema do “Reino dos Céus” e procura mostrar na pessoa e na obra de Jesus o cumprimento das Escrituras: A Lei e os Profetas. Jesus é o Messias prometido a Israel.
            Mt 1, 1 “Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.”
            Mt 1, 16 “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.”
            Mt 2, 4 “Convocou os príncipes dos Sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.”
            Mt 16, 16 “Simão Pedro respondeu: tu és o Cristo, Filho de Deus vivo!”
            Mt 16, 20 “Depois, ordenou aos seus discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.”
            Mt 22, 42 “Que pensais vós de Cristo? De quem é filho? Responderam: “De Davi!”
            O filho do Deus Vivo, que salvará o povo dos seus pecados.

ESQUEMA -             Este Evangelho tem primeiro, os preparativos para a vinda do Reino, cinco livrinhos sobre o Reino e por último, sua vinda definitiva.
            Cada livrinho tem duas partes: uma narração e um discurso.


PREPARATIVOS – O MESSIAS MENINO – UM NOVO COMEÇO – 1-2


1º Livro

Jesus traz o Reino – 3-4  
Programas: Condições para entrar no Reino - Sermão da Montanha – 5-7

2º Livro
Os milagres, os sinais do Reino, confirmam a palavra 8-9
Pregação: Como anunciar o Reino – Discurso da Missão – 10

3º Livro
As reações diante da prática de Jesus – 11-12
Obstáculos: O ministério do Reino – Discurso da Missão
- As Parábolas do Reino – 13, 1-52

4º Livro
O seguimento de Jesus e as tradições dos fariseus – 13, 53 – 17, 27
Discípulos: Como viver a proposta do Reino – A comunidade dos seguidores – 18, 1-35

5º Livro
O Reino é para todos – 19-23
Vinda do Reino: O futuro do Reino – Crise suscitada pelos chefes judeus – 24-25
Advento Definitivo: sofrimentos da Paixão e Morte – 26-27
Triunfo da Ressurreição – Libertação – 28

            O Evangelho Segundo Mateus, começa com a genealogia de Jesus, na qual o evangelista quebra com a estrutura patriarcal da época introduzindo cinco mulheres entre os ascendentes de Jesus, sendo que quatro ainda tem manchas morais: Tamar (Mt 1,3), Rute (Mt 1,5), Betsabé (Mt 1,6), as quais acrescenta Maria, mãe de Jesus (Mt 1,16).
           
            Os cinco discursos são também notáveis –

No primeiro (Mt 5-7) o Sermão da Montanha, Jesus expõe os princípios fundamentais para quem quer ser seu discípulo, para quem deseja entrar no Reino dos Céus, iniciando com as Bem-aventuranças. Propõe um novo tipo de felicidade para o mundo e os homens não só de seu tempo, mas até dos tempos atuais.
Pode até parecer um paradoxo, mas é a base de toda a vida seguindo o Reino.

A melhor tradução para Bem-Aventurança é “Parabéns!”. Para o Biblista Carlos Mesters, o Sermão da Montanha é a expressão do novo que começa a existir na vida dos homens, quando eles se abrem para Deus. É a expressão concreta da conversão que se opera naqueles que aderem a Jesus Cristo.

O Segundo Discurso (Mt 10) é o chamado Discurso Apostólico, dirigido diretamente ao grupo dos discípulos, para orientá-los e preveni-los em sua missão.

O Terceiro (Mt 13, 1-51) é uma narração feita por Jesus, por meio de parábolas.
Parábolas são comparações, tiradas do cotidiano da vida, que procuram facilitar aos que têm o coração aberto para Deus à descoberta e à compreensão melhor do Reino dos Céus. Ao mesmo tempo, elas o encobrem para os que têm o coração fechado e os incitam à descoberta.

O Quarto (18, 1-35) é sobre a comunidade dos seguidores, explica muito claramente como devem viver a proposta do Reino, são ensinamentos preciosos para vida em comunidade.
 São ensinamentos agrupados como se fossem um único discurso de Jesus. Ele é a resposta para aqueles que se interrogam sobre o que devem fazer, quando batizados, para seguir o caminho proposto por Jesus.

O Quinto discurso (24-25) é o chamado Discurso Escatológico, isto é, sobre o fim dos tempos. Anuncia a crise suscitada pela crescente oposição dos chefes judeus e mostra o futuro do Reino. O critério para nele participar é a Misericórdia, que faz justiça aos oprimidos, excluídos e relegados.
Este texto maravilhoso, que é exclusivo de Mateus, determina o julgamento através das obras feitas ao Senhor, sem que as pessoas que estão sendo julgadas saibam que, quando atenderam às necessidades fundamentais e básicas “dos irmãos mais pequeninos” era ao Senhor mesmo que estavam atendendo (25-40).
O juiz, que os julgados acreditam ver pela primeira vez, acabará sendo alguém que eles encontraram durante todo o curso de suas vidas.
Eles só entenderão isto, tarde demais, quando já tiverem sido julgados e colocados uns à direita e outros à esquerda.
O capítulo 25 é também chamado de Evangelho dos Cristãos Anônimos, daqueles que são discípulos de Cristo, praticando sua justiça, sua misericórdia, seu amor, e nem sabem que são discípulos.


O ROSTO DE JESUS NO EVANGELHO DE MATEUS
O Jesus de Mateus é o Jesus Mestre

            É Mestre Servidor. Ele ensina, prega, cura, sempre no meio do povo, servindo o povo (Mt 4, 23-25) e levando os discípulos a também serem servidores (Mt 9, 35-38). Para ele, o serviço está acima da Lei e da Religião (Mt 12, 7-14).
            Jesus é comparado ao servo de Javé, descrito por Isaias, que veio para fazer triunfar o direito à Justiça, isto é, para libertar o povo (Mt 12, 15-21). É aquele que ensina o serviço e a partilha como meio para acudir as necessidades do povo (Mt 14, 13-21).
            No seu Reino, o maior é aquele que serve e Ele mesmo veio para servir, e não para ser servido (Mt 20, 20-28), só entrará no Reino quem serve e, pelo serviço aos outros, e que todos serão julgados pelo Pai (Mt 25, 31-46). Sua realeza é incompreendida e achincalhada porque, para Ele, ser Rei é dar a vida a serviço do povo (Mt 27, 27-31.

            É Mestre que ensina – principalmente à nova justiça, isto é, uma fidelidade nova à Lei de Deus (Mt 5, 17-18). Ele não veio abolir a Lei, mas dar-lhe novo sentido e nova interpretação, a qual é muito superior à dos antigos, a dos Escribas e a dos Fariseus, e, quem não praticar não entrará no Reino dos Céus (Mt 5, 20).
            Assim, Ele é o novo Moisés, que vem levar a Lei de Deus a sua plenitude, atualizando-a.
            É a nova Lei. Realmente, Ele a plenifica, sobretudo em alguns pontos capitais:
Ø  Se aos antigos era dito para não matar, Ele diz que é preciso muito mais: não se encolerizar contra seu irmão, não o chamar de imbecil, nem de idiota, dar sempre o primeiro passo para a reconciliação (Mt 5, 21-16).
Ø  Se os antigos não podiam cometer adultério, Ele tem exigência maior: Nem olhar para uma mulher com desejo de possuí-la (Mt 5, 27-30.
Ø  Se os antigos não podiam jurar falso e precisavam cumprir seus juramentos para com o Senhor, Ele não quer que se jure de modo nenhum, mas apenas diga: “sim”, quando é “sim”, e “não” quando é “não” (Mt 5, 33-37).
Ø  Se os antigos tinham como Lei: Olho por olho e dente por dente, seus discípulos não devem se vingar de quem lhe faz o mal, mas sempre e em tudo serem condescendentes (Mt 5, 38-42).
Ø  Se aos antigos era dito que amassem o seu próximo e odiassem o seu inimigo, com seus discípulos é muito diferente: é preciso amar os seus inimigos, orar pelos que os perseguem (Mt 5, 43-48).
Ø  A nova Lei exige dos discípulos de Jesus, que sua justiça, sua prática, seja vista só por Deus e não para receber elogios e recompensas dos homens (Mt 6, 1; 16, 16-18).

Assim o discípulo de Jesus, para Mateus, precisa, como seu Mestre, antes de tudo, buscar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhe será dado por acréscimo (Mt 6, 33).
Por último, para Mateus Jesus é aquele que ficará presente com seus discípulos “todos os dias”, até a consumação dos séculos (Mt 28,20).
Chama atenção que Mateus seja o único evangelista a registrar esta palavra do Mestre e que Ele prometeu estar conosco, não pela vida afora, mas todos os dias, a cada instante de nossa vida. Jesus é, para Mateus, realmente, o Deus conosco, o Emanuel, prometido a José no início do seu Evangelho
            Assim, do início ao fim deste Evangelho, Jesus é aquele que caminha conosco e nos ensina como caminhar no serviço, na justiça e no amor.

Fonte: André Luiz Milani; João Décio Passos; Pedro Lima Vasconcellos; Sylvia Villac

Por Padre Marcos Oliveira 
Nhandeara  
15/01/2020

Festa dos Três Reis Magos

Festa dos Três Reis Magos


                                                                           
    
           
              

Com a Missa da Epifania do Senhor, celebrada pelo Padre Marcos de Oliveira, na segunda-feira, 06/01, na Capela Santos Reis encerramos as festividades dos Três Reis Magos, da Paróquia São João Batista de Nhandeara, tendo como gesto concreto a criação da “Irmandade de Santos Reis”.
Este grupo se reunirá uma vez por mês, no dia 06, para rezar juntos e revigorar as celebrações na Capela.

                         


           

 

                             

 

         
                                 
 
               





                     

 



Agradecimentos e Formação da "Irmandade de Santos Reis"!













Tivemos também a realização do  Tríduo nos dias 03, 04 e 05.

      








                



ANO LITÚRGICO OU ANO CRISTÃO


            O Ano Litúrgico foi elaborado pela Igreja com o objetivo de comemorar os acontecimentos marcantes da História da Salvação.
            Não corresponde ao Ano Civil, que começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro, o “Ano Litúrgico” ou “Ano Cristão” tem início no 1º Domingo do Advento, quatro semanas antes do Natal e termina com a festa de Cristo Rei, no ano civil seguinte. Por ele, o povo cristão revive anualmente todo o mistério da Salvação, centrado na Pessoa de Jesus, o Messias.
            Então, podemos dizer que é um calendário religioso que marca os principais acontecimentos da nossa vida cristã: Advento, Natal, Quaresma e Páscoa.
            A Igreja, para celebrar o Mistério de Cristo, presente na Sagrada Escritura (Bíblia) que é proclamada, dividiu as Celebrações Dominicais ao longo de 03 (Três) anos litúrgicos, chamados de Ano A, Ano B e Ano C.
            Organizando o Ano Litúrgico em três ciclos de leituras (Evangelho e demais livros do Antigo e Novo Testamento) temos:
·         No Ano A – lemos o Evangelho de Mateus;
·         No Ano B – lemos o Evangelho de Marcos;
·         No Ano C – lemos o Evangelho de Lucas.
           O Evangelho de João ficou reservado para ocasiões especiais, principalmente Festas e Solenidades.
            Seguindo este ciclo de três Anos Litúrgicos teremos uma grande visão de toda a Bíblia, pois cada ano tem uma sequência de leituras próprias.
            O Evangelho ao longo de cada Ano Litúrgico quer nos ajudar a percorrer toda a vida de Jesus em ordem cronológica, partindo do Nascimento até a Ascensão.
            Nas celebrações dominicais são proclamados textos que falam do anúncio do Reino, dos sinais que Jesus realizou, do chamado dos discípulos, etc., até culminar com sua morte e ressurreição.

            A divisão foi determinada pela Igreja como:
·         Ano I – Ano A
·         Ano II – Ano B
·         Ano III – Ano C
Sendo assim, o ano cuja soma dos algarismos for um número múltiplo de 3 é o Ano Litúrgico do Ciclo C. Por exemplo:
           O Ano de 2019 – (2 + 0 + 1 + 9 = 12) como 12 é múltiplo de 3, então 2019 foi o Ano C.
           O Ano de 2020 – (2 + 0 + 2 + 0 = 4) como 4 é par, então 2020 é o Ano A.
           O Ano de 2021 – (2 + 0 + 2 + 1 = 5) como 5 é ímpar e não é múltiplo de 3, então 2021 será o Ano B.
           O Ano de 2022 – (2 + 0 + 2 + 2 = 6) como 6 é múltiplo de 3, então será o Ano C.
                 E assim, sucessivamente...

            O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, nele palpitam as pulsações do Coração de Nosso Senhor, enchendo da Vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.
            O Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã apostólica, afirma que o domingo, “Dia do Senhor”, é o fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja celebra o mistério central da nossa Fé na Páscoa Semanal que, devido a tradição apostólica, se celebra a cada oito dias.
            O Domingo é justamente o primeiro dia da semana, dia da Ressurreição do Senhor, que lembra o primeiro dia da criação, no qual Deus criou a Luz (Gn 1, 3-5).
            O Ano Litúrgico possui dois ciclos: Ciclo da Páscoa e Ciclo do Natal.

Ciclo do Natal
                       
            Tempo do Advento: é formado por 4 (quatro) semanas de preparação para o Natal, não é um tempo penitencial. Mas, de uma alegria piedosa e gratidão pela nossa salvação. Nas duas primeiras semanas, as reflexões se voltam para a Segunda Vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da História no final dos tempos. As duas últimas semanas visam, em especial, a preparação para a Celebração do Natal, a Primeira Vinda de Jesus entre nós.

            Tempo do Natal: a celebração do Natal do Senhor são mais quatro grandes solenidades (quatro semanas). 1) Festa da Sagrada Família; 2) Festa de Santa Maria Mãe de Deus; 3) Festa da Epifania do Senhor; 4) Festa do Batismo do Senhor.

            Tempo Comum: dividido em duas partes.
                        A primeira parte do tempo comum – abrange algumas semanas que separam o tempo do Natal do início da Quaresma, tem como ponto de reflexão: “Brilha a esperança da Salvação”/ Jesus dá início as suas primeiras pregações.
                        A segunda parte do tempo comum – no qual revivemos tudo o que Jesus Cristo disse e fez para nossa salvação – que completa 34 domingos.  Iniciando com a solenidade da Santíssima Trindade e terminando o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei.

Ciclo da Páscoa

            Tempo da Quaresma: compreende a preparação para a Páscoa, inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas (este ano 26/02/2020), são quarenta dias que a Igreja relaciona com os quarenta anos de peregrinação do povo hebreu rumo à Terra Prometida; os quarenta dias de jejum total de Moisés no Monte Sinai, se preparando para receber a Lei da Aliança (Ex 24, 12-18 e 34); os quarenta dias em que Elias seguia o caminho do Monte Horeb fugindo da perseguição (1 Rs 19,8); e o retiro de Jesus no deserto, onde passa quarenta dias e quarenta noites em jejum, se preparando para sua vida pública (Mt 4, 1-2) – Tempo de contemplar a Via Cruz – Via Sacra.
            Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de Memória do Batismo, de Reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer à oração, ao jejum, à esmola e, de maneira geral, à confissão (Mt 6, 1-6, 16-18).
            A Igreja do Brasil desenvolve neste Tempo da Quaresma a Campanha da Fraternidade.

            Tríduo Pascal: é o ponto culminante, o eixo do qual gira todo o Ano Litúrgico, quando fazemos memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Começa na Quinta-feira Santa, com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor. Na Sexta-feira Santa celebra-se a Paixão do Senhor. No Sábado Santo, a Solene Vigília Pascal, “A mãe de todas as Vigílias” (Santo Agostinho), porque celebra a Morte e Ressurreição do Senhor. A Vigília abre o Tempo Pascal com o retorno da Glória e do Aleluia.
            O Tríduo é concluído na véspera do Domingo da Páscoa da Ressurreição.

            Tempo Pascal: Páscoa é “Deus que passa” (Ex 112 e Dt 16), é o mistério de sua passagem pela Terra e pela existência humana, a fim de proporcionar a passagem da morte para a vida plena da perdição do pecado para a salvação.
            O Tempo Pascal se dá com o Domingo da Páscoa, celebração solene do Mistério da Páscoa da Ressurreição e se prolonga por sete domingos, tempo de alegria e exultação.
            Os primeiros oito dias deste período são chamados Oitava da Páscoa e são celebrados como Solenidade do Senhor. No sétimo domingo do Tempo Pascal, no Brasil, celebra-se a Festa da Ascensão do Senhor. Este tempo está relacionado com a experiência que os Apóstolos fizeram do Ressuscitado naqueles dias que sucederam o Domingo da Ressurreição. A Primeira Leitura dos domingos deste tempo será sempre extraída dos Atos dos Apóstolos, no qual se concentra a história da Igreja nascente. A semana que antecede Pentecostes é dedicada à semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e marcada pela preparação para a vinda do Espírito Santo, o grande dom do Ressuscitado e Criador da Nova Israel, que agora se configura como a Igreja de Jesus Cristo, nascida de sua Páscoa.
            Encerra-se o Tempo Pascal, neste Ano de 2020 em 31 de maio, com a solenidade de Pentecostes. Em seguida inicia-se a segunda parte do Tempo Comum.


COMEMORAÇÃO DA VIRGEM MARIA E DOS SANTOS
                
“No ciclo anual, a Igreja celebrando o Mistério de Cristo, venera também com particular amor a Santa virgem Maria, Mãe de Deus, e propõe à piedade dos fiéis as memórias dos Mártires e outros Santos”. (Normas universais do Ano Litúrgico, nº 8)
Na Liturgia Reformada depois do Concílio Vaticano II, Maria foi recolocada em íntima relação com o Mistério de Cristo e da Igreja. No decorrer do Ano Litúrgico, há três tipos de celebrações marianas: As Solenidades, as Festas e as Memórias.

Solenidades: constituem as celebrações mais importantes, com um sabor especial. Em todo o mundo elas são quatro: Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), Anunciação (25 de março), Assunção (15 de agosto) e Imaculada Conceição (08 de dezembro). No Brasil, celebra-se a Padroeira N.S. da Conceição Aparecida (12 de outubro).
Festas: As principais são a visitação (31 de maio) e o nascimento de Maria (08 de setembro). Na América Latina, Nossa Senhora de Guadalupe (12 de dezembro) Padroeira do Continente.
Memórias: N. S. das Dores (15 de setembro), N. S. de Lourdes (11 de fevereiro), N. S. Carmo (16 de julho) e N. S. do Rosário (07 de outubro). Uma celebração de memória pode ser para determinada Igreja local ou comunidade, Festa ou Solenidade.

            Os santos, mártires e virgens exemplares, seguidores de Cristo, intercedem por nós junto a Deus, além de nos estimular a viver o Evangelho por seu testemunho de fé e fortaleza nos sofrimentos. A Liturgia os celebra como Padroeiros e lhes dedica um calendário próprio chamado Santoral, com datas fixas durante o ano. Por exemplo nosso Padroeiro Paroquial, São João Batista (24/06 – Nascimento e 29/08 – Martírio).


DIAS DE PRECEITO

            Quando o fiel católico é obrigado a participar da Santa Missa - III Mandamento da Lei de Deusguardar domingos e festas.

Como nos orienta o Catecismo da Igreja Católica:
·         CIC – Parágrafo 2177 – A Celebração Dominical do dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja – O domingo, em que se celebra o Mistério Pascal, por Tradição Apostólica, deve guardar-se em toda a Igreja como o Primordial Dia Festivo de Preceito.
·         CIC – Parágrafo 2180 – O mandamento da Igreja determina e precisa a Lei do Senhor – No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar da Missa.
·         CIC – Parágrafo 2181 – A Eucaristia Dominical Fundamento à Prática Cristã – Por isso os fiéis têm a obrigação de participar da Missa nos dias de preceito. Ao menos que estejam justificados por motivo sério (Exemplos: motivo de enfermidade, obrigação de cuidar de criança de peito) ou dispensados pelo seu Pastor. Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave.


DIAS DE PRECEITO – ANO 2020
Obrigação do Cristão – III Mandamento da Lei de Deus

·         Todos os Domingos do Ano
·         Solenidade Santa Maria, mãe de Deus – 01/01/2020
·         Epifania do Senhor – 05/01/2020
·         São José Operário – 01/05/2020
·         Ascensão do Senhor – 24/05/2020
·         Corpus Christi – 11/06/2020
·         Natividade de São João Batista (Padroeiro Paroquial) – 24/06/2020
·         São Pedro e São Paulo – 28/06/2020
·         Assunção de Nossa Senhora – 16/08/2020
·         Martírio de São João Batista (Padroeiro Paroquial) – 29/08/2020
·         Festa de Todos os Santos – 01/11/2020
·         Imaculada Conceição – 08/12/2020
·         Natal do Senhor – 25/12/2020


OBSERVAÇÃO SOBRE O TRÍDUO PASCAL

“No Tríduo Pascal o sentimento de uma única celebração é tal que fazemos o Sinal da Cruz no início da Missa do Lava-Pés e só vamos tornar a fazê-lo no final da Vigília Pascal. Estamos na semana maior do cristianismo e a Igreja nos convida a celebrarmos bem o Mistério de nossa salvação. Liturgicamente corresponde a uma única celebração, que percorre três dias”. (Pe. Paulo Ricardo)

   
OBSERVAÇÃO SOBRE O DIA DA PÁSCOA

            A Páscoa é uma festa que acontece todos os Anos no Domingo, não tem uma data fixa. Porque trata-se de um cálculo feito a partir da Primavera, lá nas Terras de Jesus.
            Quando se inicia a primavera, onde Cristo viveu, se olha no calendário e procura a primeira lua cheia, no domingo seguinte é a Páscoa.
            Não podemos esquecer que é uma obrigação canônica participar da Missa aos domingos. Portanto, a Páscoa do Senhor celebramos no domingo.


CORES DO ANO LITÚRGICO E SIGNIFICADOS

BRANCO:  Simboliza a Vitória, a Paz, a Harmonia, a Alegria (Festa). Usamos na Páscoa, no Natal, nas Festas dos Santos não-mártires.
            As cores dourada e prateada podem ser usadas nos dias festivos, em substituição à Branca. A cor Azul também pode ser usada nas Festas e Solenidades da Virgem Maria.
            Branco também pode ser usado nas Missas pelos mortos (sinal de ressurreição).

VERMELHO: Simboliza o fogo do amor, da caridade ou do martírio, lembrando o fogo do Espírito Santo.
            Usamos na Festa de Pentecostes, também na Festa dos Santos Mártires, no Domingo de Ramos (Paixão) e na Sexta-feira Santa.

VERDE:  Simboliza a esperança e é usado nos Domingos do Tempo Comum.

ROXO: Simboliza a penitência, contrição, recolhimento e serenidade. Usado no Tempo da Quaresma e Advento, também nas Missas para os mortos.

PRETO: Simboliza tristeza, dor, luto. Pode ser usado na Missa pelos mortos.

ROSA: Simboliza alegria, dentro de um Tempo destinado à penitência.
Utilizada no III Domingo do Advento (Domingo Gaudete – Domingo da Alegria) e no IV Domingo da Quaresma (Domingo Laetare).


Por Pe. Marcos Antônio de Oliveira
      12/janeiro/2020