Conceito e vocação do leigo na Igreja
31. Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja se no mundo.
É própria e peculiar dos leigos a característica secular. Com efeito, os membros da sagrada Ordem, ainda que algumas vezes possam tratar de assuntos seculares, exercendo mesmo uma profissão profana, contudo, em razão da sua vocação específica, destinam-se sobretudo e expressamente ao sagrado ministério; enquanto que os religiosos, no seu estado, dão magnífico e privilegiado testemunho de que se não pode transfigurar o mundo e oferecê-lo a Deus sem o espírito das bem-aventuranças. Por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer ocupação e actividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo a partir de dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade. Portanto, a eles compete especialmente, iluminar e ordenar de tal modo as realidades temporais, a que estão estreitamente ligados, que elas sejam sempre feitas segundo Cristo e progridam e glorifiquem o Criador e Redentor.
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. IV - Os Leigos)

Proémio: Carácter peculiar dos leigos
30. Declaradas as diversas funções da Hierarquia, o sagrado Concílio volta de bom grado a sua atenção para o estado daqueles fiéis cristãos que se chamam leigos. Com efeito, se é verdade que todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão do seu estado e missão; e os seus fundamentos, devido às circunstâncias especiais do nosso tempo, devem ser mais cuidadosamente expostos. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum. Pois é necessário que todos, «praticando a verdade na caridade, cresçamos de todas as maneiras para aquele que é a cabeça, Cristo; pelo influxo do qual o corpo inteiro, bem ajustado e coeso por toda a espécie de junturas que o alimentam, com a acção proporcionada a cada membro, realiza o seu crescimento em ordem à própria edificação na caridade (Ef. 4, 15-16).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. IV - Os Leigos)

Os diáconos
29. Em grau inferior da hierarquia estão os diáconos, aos quais foram impostas as mãos «não em ordem ao sacerdócio mas ao ministério» (109). Pois que, fortalecidos com a graça sacramental, servem o Povo de Deus em união com o Bispo e o seu presbitério, no ministério da Liturgia, da palavra e da caridade. É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Baptismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimónio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura. Consagrados aos ofícios da caridade e da administração, lembrem-se os diáconos da recomendação de S. Policarpo: «misericordiosos, diligentes, caminhando na verdade do Senhor, que se fez servo de todos» (110).
Como porém, estes ofícios, muito necessários para a vida da Igreja na disciplina actual da Igreja latina, dificilmente podem ser exercidos em muitas regiões, o diaconado poderá ser, para o futuro, restaurado como grau próprio e permanente da Hierarquia. As diversas Conferências episcopais territoriais competentes cabe decidir, com a aprovação do Sumo Pontífice, se e onde é oportuno instituir tais diáconos para a cura das almas. Com o consentimento do Romano Pontífice, poderá este diaconado ser conferido a homens de idade madura, mesmo casados, e a jovens idóneos; em relação a estes últimos, porém, permanece em vigor a lei do celibato.
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. III - A Constituição Hierárquica sobre a Igreja e em Especial o Episcopado)

Dar-me Mais 
Tenho que dar mais do que tenho.

Tenho que dar e dar-me aos outros.

Colocar-me ao serviço dos outros.

Deixar o meu mundo, o meu egoísmo, deixar a minha soberba, o meu orgulho.

Se me der aos outros vou descobrir o verdadeiro sentido da vida.

Foi por mim que Jesus se entregou na cruz.

Teve medo, receio, sofreu muito, mas não desistiu.

Cumpriu verdadeiramente a missão para a a qual foi chamado.

Entregou-se para a minha salvação.

E eu o que faço por Ele?

Esqueço-me Dele. Caio no pecado. Cedo ás tentações. Deixo que o espírito do mal se enraíze na minha vida.

Está na altura de mudar o rumo da minha vida.

Deixar de me preocupar tanto comigo, com as minhas comodidades e estar mais atento aos outros.

Porque se ajudar os outros a minha alma, o meu ser, a minha vida fica certamente mais rica.

Oração: Senhor, ajuda-me a estar ao serviço dos meus irmãos que me rodeiam. Ajuda-me a saber o que cada um precisa. Ajuda-me a ter um sorriso, uma palavra, um abraço, um carinho. Que não me esqueça deles na minha oração. Peço-Te meu grande amigo que em cada dia eu me lembre que sou «um grãozinho de uma praia maior e tenho de dar tudo o que tenho de melhor».

Dar o melhor de mim aos outros em vez de o guardar para mim, só para a minha "vidinha". Não quero ser como o servo mau e preguiçoso que escondeu o talento na terra. Não o pôs a render. Senhor que nunca caia na tentação de não pôr a render aquilo que me deste, por medo da minha pequenez, dos meus defeitos, das minhas incapacidades.

Senhor que eu saiba reconhecer e utilizar da melhor forma possível os talentos que me concedeste. Que eu tenha coragem e ânimo para ir ao encontro do irmão que sofre, do irmão que precisa de mim. Que eu saiba dar mais do que recebi e sem esperar nada em troca.

Que eu vá ao encontro de todos os que de mim precisam mesmo aqueles de quem eu não gosto tanto.

Que eu saiba anunciar-Te verdadeira e dignamente.

Que eu me dê sem medida.

Que eu ame cada irmão.

Que eu deixe um pouco mais do que há.

Que eu dê tudo de melhor, o melhor de mim.

Os Presbíteros e suas relações com Cristo,
com os Bispos, com o presbitério e com o povo Cristão
28. Por meio dos Seus Apóstolos, Cristo, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo. 10,36), tornou os Bispos, que são sucessores daqueles, participantes da Sua consagração e missão (98): e estes transmitiram legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos. Assim, o ministério eclesiástico, instituído por Deus, é exercido em ordens diversas por aqueles que desde a antiguidade são chamados Bispos, presbíteros e diáconos (99). Os presbíteros, embora não possuam o fastígio do pontificado e dependam dos Bispos no exercício do próprio poder, estão-lhes, porém, unidos na honra do sacerdócio (100) e, por virtude do sacramento da Ordem (101), são consagrados, à imagem de Cristo, sumo e eterno sacerdote (Hebr. 5, 1-10; 7,24; 9, 11-28), para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culta divino, como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento (102). Participantes, segundo o grau do seu ministério, da função de Cristo mediador único (1 Tim, 2,5), anunciam a todos a palavra de Deus. Mas é no culto. ou celebração eucarística que exercem principalmente o seu múnus sagrado; nela, actuando em nome de Cristo (103) e proclamando o Seu mistério, unem as preces dos fiéis ao sacrifício da cabeça e, no sacrifício da missa, representam e aplicam, até à vinda do Senhor (cfr. 1 Cor. 11,26), o único sacrifício do Novo Testamento, ou seja, Cristo oferecendo-se, uma vez por todas, ao Pai, como hóstia imaculada (cfr. Hebr. 9, 11-28) (104). Exercem ainda, por título eminente, o ministério da reconciliação e o do conforto para com os fiéis arrependidos ou enfermos, e apresentam a Deus Pai as necessidades e preces dos crentes (cfr. Hebr. 5, 1-4. Desempenhando, segundo a medida da autoridade que possuem, o múnus de Cristo pastor e cabeça (105), reúnem a família de Deus em fraternidade animada por um mesmo espírito (106) e, por Cristo e no Espírito Santo, conduzem-na a Deus Pai. No meio do próprio rebanho adoram-nO em espírito e verdade (cfr. Jo. 4,24). Trabalham, enfim, pregando e ensinando (1 Tim. 5,17), acreditando no que lêem e meditam na lei do Senhor, ensinando o que crêem e vivendo o que ensinam (107).
Os presbíteros, como esclarecidos cooperadores da ordem episcopal (108) e a sua ajuda e instrumento, chamados para o serviço do Povo de Deus, constituem com o seu Bispo um presbitério (108) com diversas funções. Em cada uma das comunidades de fiéis, tornam de algum modo presente o Bispo, ao qual estão associados com ânimo fiel e generoso e cujos encargos e solicitude assumem, segundo a própria medida, e exercem com cuidado quotidiano. Sob a autoridade do Bispo, santificam e governam a porção do rebanho a si confiada, tornam visível, no lugar em que estão, a Igreja universal e prestam uma grande ajuda para a edificação de todo o corpo de Cristo (cfr. Ef. 4, 12). Sempre atentos ao bem dos filhos de Deus, procurem dar a sua ajuda ao trabalho de toda a diocese, melhor, de toda a Igreja. Por causa desta participação no sacerdócio e na missão, reconheçam os presbíteros o Bispo verdadeiramente como pai, e obedeçam-lhe com reverência. O Bispo, por seu lado, considere os sacerdotes, seus colaboradores, como filhos e amigos, à imitação de Cristo que já não chama aos seus discípulos servos mas amigos (cfr. Jo. 15,15). Deste modo, todos os sacerdotes, tanto diocesanos como religiosos, estão associados ao corpo episcopal em razão da Ordem e do ministério, e, segundo a própria vocação e graça, contribuem para o bem de toda a Igreja.
Em virtude da comum sagrada ordenação e missão, todos os presbíteros estão entre si ligados em íntima fraternidade, que espontânea e livremente se deve manifestar no auxílio mútuo, tanto espiritual como material, pastoral ou pessoal, em reuniões e na comunhão de vida, de trabalho e de caridade.
Velem, como pais em Cristo, pelos fiéis que espiritualmente geraram pelo Baptismo e pela doutrinação (cfr. 1 Cor. 4,15; 1 Ped. 1,23). Fazendo-se, de coração, os modelos do rebanho (1 Ped. 5,3), de tal modo dirijam e sirvam a sua comunidade local que esta possa dignamente ser chamada com aquele nome com que se honra o único Povo de Deus todo inteiro, a saber, a Igreja de Deus (cfr. 1 Cor. 1,2; 2 Cor. 1,1; etc. etc.). No seu trato e solicitude de cada dia, não se esqueçam de apresentar aos fiéis e infiéis, aos católicos e não-católicos, a imagem do autêntico ministério sacerdotal e pastoral, de dar a todos testemunho de verdade e de vida, e de procurar também, como bons pastores (cfr. Luc. 15, 4-7), aqueles que, baptizados embora na Igreja católica, abandonaram os sacramentos ou até mesmo a fé.
Dado que o género humano caminha hoje cada vez mais para a unidade política, económica e social, tanto mais necessário é que os sacerdotes em conjunto e sob a direcção dos Bispos e do Sumo Pontífice, evitem todo o motivo de divisão, para que a humanidade toda seja conduzida à unidade da família de Deus.
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial o Episcopado)
VISITA DE DOM TOMÉ

    

    Nossa Paróquia foi marcada com a presença de Dom Tomé, Bispo da Diocese de São José do Rio Preto-SP, neste ultimo domingo dia 24 de março de 2013. Domingo de Ramos, termino da quaresma, e inicio de preparação para a Semana Santa.
     Toda a comunidade acolheu e recebeu com carinho a visita de nosso Pastor.



Vida restaurada

A Palavra de Deus se realiza concretamente quando nós O buscamos de todo nosso coração.

Exultamos de alegria e podemos perceber os seus sinais e as maravilhas que Ele realiza em nós.

Por isso, não podemos deixar de procurar constantemente a Face do Senhor que faz prodígios na vida dos Seus escolhidos.

Exultemos, pois, cantando alegres!

O ministério episcopal de reger
27. Os Bispos governam as igrejas particulares que lhes foram confiadas como vigários e legados de Cristo (94), por meio de conselhos, persuasões, exemplos, mas também com autoridade e poder sagrado, que exercem unicamente para edificar o próprio rebanho na verdade e na santidade, lembrados de que aquele que é maior se deve fazer como o menor, e o que preside como aquele que serve (cfr. Luc. 22, 26-27). Este poder que exercem pessoalmente em nome de Cristo, é próprio, ordinário e imediato, embora o seu exercício seja superiormente regulado pela suprema autoridade da Igreja e possa ser circunscrito dentro de certos limites para utilidade da Igreja ou dos fiéis. Por virtude deste poder, têm os Bispos o sagrado direito e o dever, perante o Senhor, de promulgar leis para os seus súbditos, de julgar e de orientar todas as coisas que pertencem à ordenação do culto e do apostolado.
A eles é confiado em plenitude o encargo pastoral, isto é, o cuidado quotidiano e habitual das próprias ovelhas; nem devem ser tidos por vigários dos Romanos Pontífices, uma vez que exercem uma autoridade própria e com toda a verdade são chamados antístites (95) dos povos que governam. O seu poder não é, pois, diminuído pela autoridade suprema e universal, mas antes, pelo contrário, é por ela assegurado, fortificado e defendido (96), dado que o Espírito Santo conserva indefectivelmente a forma de governo estabelecida por Cristo Nosso Senhor na Igreja.
O Bispo, enviado pelo Pai de família a governar a Sua família, tenha diante dos olhos o exemplo do bom pastor, que veio servir e não ser servido (cfr. Mt. 20,28; Mc. 10,45) e dar a própria vida pelas ovelhas (cfr. Jo. 10,11). Escolhido dentre os homens, e sujeito às fraquezas humanas, pode compadecer-se dos ignorantes e transviados (cfr. Hebr. 5, 1-2). Não se recuse a ouvir os súbditos, de quem cuida como verdadeiros filhos e a quem exorta a que animosamente cooperem consigo. Tendo que prestar contas a Deus pelas suas almas (cfr. Hebr. 13,17), deve, com a oração, a pregação e todas as obras de caridade, ter cuidado tanto deles como daqueles que ainda não pertencem ao único rebanho, os quais ele deve considerar como tendo-lhe sido confiados pelo Senhor. Devendo, como o Apóstolo, dar-se a todos, esteja sempre pronto para a todos evangelizar (cfr. Rom. 1, 14-15) e para exortar os próprios fiéis ao trabalho apostólico e missionário. Por seu lado, os fiéis devem aderir ao seu Bispo, como a Igreja adere a Jesus Cristo, e Jesus Cristo ao Pai, a fim de que todas as coisas conspirem para a unidade (97) e se multipliquem para a glória de Deus (cfr. 2 Cor. 4,15).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial do Episcopado)

Abrindo a porta do coração, para ele entrar e auxiliar
Deixe Jesus entrar na sua vida, no seu trabalho, nos seus problemas e na sua vida sentimental.

E como abrir a porta?

Entregando sua vida a Jesus, ficando na dependência dele, buscando ele em oração e junto com os irmãos na igreja.

Honrando o Senhor como seu único e suficiente salvador.

E orando ao Senhor em todos os momentos.

Quando oro e espero no Senhor estou abrindo a porta para ele entrar e me auxiliar, pois não há ninguém que nos ame tanto quanto Jesus, que morreu por nós, e que viveu entre nós e conhece as nossas dores e sofrimentos, e nossa insegurança.

O ministério episcopal de santificar
26. Revestido da plenitude do sacramento da Ordem, o Bispo é o «administrador da graça do supremo sacerdócio» (84), principalmente na Eucaristia, que ele mesmo oferece ou providencia para que seja oferecida (85), e pela qual vive e cresce a Igreja. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, as quais aderindo aos seus pastores, são elas mesmas chamadas igrejas no Novo Testamento (86). Pois elas são, no local em que se encontram, o novo Povo chamado por Deus, no Espírito Santo e com plena segurança (cfr. 1 Tess. 1, 5). Nelas se congregam os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo e se celebra o mistério da Ceia do Senhor «para que o corpo da inteira fraternidade seja unido por meio da carne e sangue do Senhor» (87) Em qualquer comunidade que participa do altar sob o ministério sagrado do Bispo (88), é manifestado o símbolo do amor e da unidade do Corpo místico, sem o que não pode haver salvação (89). Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se unifica a Igreja una, santa, católica e apostólica (90). Pois «outra coisa não faz a participação no corpo e sangue de Cristo, do que transformar-nos naquilo que recebemos» (91). Toda a legítima celebração da Eucaristia é dirigida pelo Bispo, a quem foi confiado o encargo de oferecer à divina Majestade o culto da religião cristã, e de o regular segundo os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, ulteriormente determinadas para a própria diocese, segundo o seu parecer. Deste modo, os Bispos, orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente «plenitude da santidade de Cristo. Pelo ministério da palavra, comunicam a força de Deus, para salvação dos que crêem (cfr. Rom. 1,16) e, por meio dos sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa ordenam com a sua autoridade, santificam os fiéis (92). São eles que regulam a administração do Baptismo, pelo qual é concedida a participação no sacerdócio real de Cristo. São eles os ministros originários da Confirmação, dispensadores das sagradas ordens e reguladores da disciplina penitencial, e com solicitude exortam e instruem o seu povo para que participe com fé e reverência na Liturgia, principalmente no santo sacrifício da missa. Finalmente, devem ajudar com o próprio exemplo aqueles que governam, purificando os próprios costumes de todo o mal e tornando-os bons, quanto lhes for possível com o auxílio do Senhor, para que alcancem, com o povo que lhes é confiado, a vida eterna (93).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial o Episcopado)
Semana Santa: Nos passos de Cristo

Com o Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa. É a 'semana maior' do ano litúrgico e da piedade popular cristã. A Igreja convida a vivê-la intensamente, acompanhando os passos de Cristo na sua humilhação, sofrimento e condenação à morte, para termos parte no triunfo de sua ressurreição gloriosa.

A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, no Domingo de Ramos, nos convidou a aclamar Jesus, o Ungido e Enviado de Deus, nosso Senhor e Salvador, com palmas nas mãos: palmas do martírio e da vitória do Vivente sobre a morte, do Rei da Vida sobre o reino da morte…

Na Quinta Feira Santa, a Missa do Crisma e da Renovação das Promessas Sacerdotais nos recorda somos o povo sacerdotal, que Jesus reuniu em torno de si e leva o seu nome; somos chamados a viver santamente e a proclamar a glória de Deus no mundo. Ao mesmo tempo, Jesus instituiu o sacerdócio ministerial, para que os sacerdotes, ungidos pelo Espírito de Cristo e com sua autoridade, continuem a ser para o povo sacerdotal aquilo que ele foi e continua a ser através deles: sacerdote, profeta e pastor.

Na Missa vespertina, 'na Ceia do Senhor', somos convidados a sentar à mesa pascal com Cristo. Lembramos a instituição da Eucaristia, sinal e sacramento da "vida doada" – de Jesus Cristo – em sacrifício amoroso pela salvação da humanidade. O Sacramento da Eucaristia nos enche de gratidão reverente e de alegria, porque é Jesus que se doa a nós, como alimento espiritual, companhia e presença real permanente, amor que amou até o fim. No "lava-pés", Ele nos deixou o exemplo, para que o imitemos no serviço humilde e dedicado aos irmãos: "Eu, que sou vosso Mestre e Senhor, dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa" (cf Jo, 13,14-15).

Continuamos a seguir os passos de Jesus Cristo na Sexta Feira da Paixão. No drama de sua prisão, julgamento, tortura, condenação à morte e crucificação, nossa fé e fidelidade a Cristo são postas à prova. Não o atraiçoemos nem façamos dele objeto de lucro avarento, como Judas Iscariotes; não fiquemos distantes e indiferentes diante dele, nem neguemos conhecê-lo, como Pedro; e nem fujamos dele, como quase todos os demais apóstolos, quando se faz difícil professar-se cristão, diante das injúrias, riscos ou cruzes, por causa de nossa fé e nossa pertença a Cristo e à Igreja dele. Fiquemos fiéis a Ele, firmes ao lado dele, como Maria, o apóstolo S.João, as santas mulheres… Sejamos testemunhas da verdade, contra toda forma de falsidade, corrupção e injustiça cometidas contra Ele, na pessoa dos irmãos que sofrem. Como o Cirineu, ajudemos a carregar a sua pesada cruz, que ainda pesa nos ombros de tantos irmãos sofredores; enxuguemos sua face ensanguentada nos rostos dos irmãos rejeitados pela sociedade, nas vidas inocentes violentadas, desprezadas, mandadas à morte…

Na Sexta Feira Santa, arrependidos, batamos no peito e peçamos o perdão por nossos pecados, bem sabendo que Ele morreu por todos e cada um de nós: não fomos nós que o exigimos: foi Ele que se entregou por amor, infinito amor, para estender-nos a mão misericordiosa de Deus. "Tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho único, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna". (Jo 3,16). E cresça em nós o propósito de abandonar todo caminho que não seja aquele que Jesus abriu e indicou à humanidade, caminho de verdade, justiça, santidade e vida. Sigamos seus passos, para a superação de toda condenação injusta, toda violência e desrespeito pela pessoa do próximo. Ele nos convida a seguir seus passos, que levam à vida.

O Sábado Santo nos conduz à sepultura de Jesus, para prestarmos nossa homenagem a ele, cheios de gratidão e amor, como José de Arimatéia, Nicodemos, Madalena e as outras Marias… Sábado de vigília e de certeza que a vida já venceu a morte. Sim, porque Deus estava do lado dele; ele nada fez de mal e estava certo o centurião romano, ao exclamar, após a morte de Jesus: "verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!" (Mc 15,39). Sim, Deus não abandonou o seu Justo no pó da morte, mas o fez levantar-se e aparecer vivo diante dos discípulos e de muita gente!

A Vigília Pascal é a solene, reconhecida, tocante, alegre proclamação das maravilhas de Deus na criação e na obra da salvação, que tem seu momento culminante na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. E nós, com firme fé, estamos com nossas lâmpadas acesas, à espera que o Senhor da Vida nos comunique a plenitude da sua vida, já manifestada no Mistério Pascal. Corramos ao seu encontro, como Madalena, Pedro e João, professemos nossa fé no Senhor ressuscitado, como os apóstolos, mesmo se vacilantes: Ele nos quer dar sua paz e confirmar nossos corações inconstantes, acompanhando-nos, como aos discípulos de Emaús, no caminho da vida.

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

O ministério episcopal de ensinar
25. Entre os principais encargos dos Bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho (75). Os Bispos são os arautos da fé que para Deus conduzem novos discípulos. Dotados da autoridade de Cristo, são doutores autênticos, que pregam ao povo a eles confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática; ilustrando-a sob a luz do Espírito Santo e tirando do tesoiro da revelação coisas novas e antigas (cfr. Mt. 13,52), fazem-no frutificar e solicitamente afastam os erros que ameaçam o seu rebanho (cfr. 2 Tim. 4, 1-4). Ensinando em comunhão com o Romano Pontífice, devem por todos ser venerados como testemunhas da verdade divina e católica. E os fiéis devem conformar-se ao parecer que o seu Bispo emite em nome de Cristo sobre matéria de fé ou costumes, aderindo a ele com religioso acatamento. Esta religiosa submissão da vontade e do entendimento é por especial razão devida ao magistério autêntico do Romano Pontífice, mesmo quando não fala ex cathedra; de maneira que o seu supremo magistério seja reverentemente reconhecido, se preste sincera adesão aos ensinamentos que dele emanam, segundo o seu sentir e vontade; estes manifestam-se sobretudo quer pela índole dos documentos, quer pelas frequentes repetições da mesma doutrina, quer pelo modo de falar.
Embora os Bispos, individualmente, não gozem da prerrogativa da infalibilidade, anunciam, porém, infalivelmente a doutrina de Cristo sempre que, embora dispersos pelo mundo mas unidos entre si e com o sucessor de Pedro, ensinam autenticamente matéria de fé ou costumes concordando em que uma doutrina deve ser tida por definida (76). O que se verifica ainda mais manifestamente quando, reunidos em Concílio Ecuménico, são doutores e juízes da fé e dos costumes para toda a Igreja, devendo-se aderir com fé às suas definições (77).
Mas esta infalibilidade com que o divino Redentor quis dotar a Sua igreja, na definição de doutrinas de fé ou costumes, estende-se tanto quanto se estende o depósito da divina Revelação, o qual se deve religiosamente guardar e fielmente expor. Desta mesma infalibilidade goza o Romano Pontífice em razão do seu ofício de cabeça do colégio episcopal, sempre que, como supremo pastor dos fiéis cristãos, que deve confirmar na fé os seus irmãos (cfr. Lc. 22,32), define alguma doutrina em matéria de fé ou costumes (78). As suas definições com razão se dizem irreformáveis por si mesmas e não pelo consenso da Igreja, pois foram pronunciadas sob a assistência do Espírito Santo, que lhe foi prometida na pessoa de S. Pedro. Não precisam, por isso, de qualquer alheia aprovação, nem são susceptíveis de apelação a outro juízo. Pois, nesse caso, o Romano Pontífice não fala como pessoa privada, mas expõe ou defende a doutrina da fé católica como mestre supremo da Igreja universal, no qual reside de modo singular o carisma da infalibilidade da mesma Igreja (79). A infalibilidade prometida à Igreja reside também no colégio episcopal, quando este exerce o supremo magistério em união com o sucessor de Pedro. A estas definições nunca pode faltar o assentimento da Igreja, graças à acção do Espírito Santo, que conserva e faz progredir na unidade da fé todo o rebanho de Cristo (80).
Porém, quando o Romano Pontífice, ou o corpo episcopal com ele, define alguma verdade, propõe-na segundo a Revelação, à qual todos se devem conformar. Esta transmite-se integralmente, por escrito ou por tradição, através da legítima sucessão dos Bispos e, antes de mais, graças à solicitude do mesmo Romano Pontífice; e, sob a iluminação do Espírito de verdade, é santamente conservada e fielmente exposta na Igreja (81). Para a investigar como convém e enunciar aptamente, o Romano Pontífice e os Bispos, segundo o próprio ofício e a gravidade do assunto, trabalham diligentemente, recorrendo aos meios adequados (82); não recebem, porém, nenhuma nova revelação pública que pertença ao depósito divino da fé (83).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Cap.III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)

O tríplice ministério dos Bispos
24. Os Bispos, com sucessores dos Apóstolos, recebem do Senhor, a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Baptismo e pelo cumprimento dos mandamentos (cfr. Mt 28,18; Mc. 16, 15-16; Act. 26, 17 ss.). Para realizar esta missão, Cristo Nosso Senhor prometeu o Espírito Santo aos Apóstolos e enviou-o do céu no dia de Pentecostes, para, com o Seu poder, serem testemunhas perante as nações, os povos e os reis, até aos confins da terra (cfr. Act. 1,8; 2,1 ss.; 9,15). Este encargo que o Senhor confiou aos pastores do Seu povo é um verdadeiro serviço, significativamente chamado «diaconia» ou ministério na Sagrada Escritura (cfr. Act. 1, 17 e 25; 21-19; Rom. 11, 13; 1 Tim. 1,12).
A missão canónica dos Bispos pode realizar-se segundo legítimos costumes, não revogados pela suprema e universal autoridade da Igreja, ou por leis concedidas ou reconhecidas por esta mesma autoridade, ou directamente pelo próprio sucessor de Pedro. Se este recusar ou negar a comunhão apostólica, não poderão os Bispos entrar no exercício do seu cargo (74).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Cap.III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)

Relação dos Bispos dentro do Colégio
23. A união colegial aparece também nas mútuas relações de cada Bispo com as igrejas particulares e com a Igreja universal. O Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é perpétuo e visível fundamento da unidade, não só dos Bispos mas também da multidão dos fiéis (66). E cada um dos Bispos é princípio e fundamento visível da unidade nas suas respectivas igrejas(67), formadas à imagem da Igreja universal, das quais e pelas quais existe a Igreja católica, una e única (68). Pelo que, cada um dos Bispos representa a sua igreja e, todos em união com o Papa, no vínculo da paz, do amor e da unidade, a Igreja inteira.
Cada um dos Bispos que estão à frente de igrejas particulares, desempenha a acção pastoral sobre o porção do Povo de Deus a ele confiada, não sobre as outras igrejas nem sobre a Igreja universal. Porém, enquanto membros do colégio episcopal e legítimos sucessores dos Apóstolos, estão obrigados, por instituição e preceito de Cristo, à solicitude sobre toda a Igreja (69), a qual, embora não se exerça por um acto de jurisdição, concorre, contudo, grandemente para o bem da Igreja universal. Todos os Bispos devem, com efeito, promover e defender a unidade da fé e disciplina comum a toda a Igreja; formar os fiéis no amor pelo Corpo místico de Cristo, principalmente pelos membros pobres, sofredores e que padecem perseguição por amor da justiça (cfr. Mt. 5,0); devem, finalmente, promover todas as actividades que são comuns a toda a Igreja, sobretudo para que a fé se difunda e a luz da verdade total nasça para todos os homens. Aliás, é certo que, governando bem a própria igreja, como porção da Igreja universal, concorrem eficazmente para o bem de todo o Corpo místico, que é também o corpo das igrejas (70).
O cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da terra pertence ao corpo dos pastores, aos quais em conjunto deu Cristo o mandato, impondo este comum dever, como já o Papa Celestino recordava aos Padres do Concílio de Éfeso (71). Pelo que, cada um dos Bispos, quanto o desempenho do seu próprio ministério o permitir, está obrigado a colaborar com os demais Bispos é com o sucessor de Pedro, a quem, dum modo especial, foi confiado o nobre encargo de propagar o cristianismo (72). Devem, por isso, com todas as forças, subministrar às Missões, não só operários para a messe, mas também auxílios espirituais e materiais, tanto por si mesmos directamente como fomentando a generosa cooperação dos fiéis. Finalmente, os Bispos, em universal comunhão de caridade, prestem de boa vontade ajuda fraterna às outras igrejas, em especial às mais vizinhas e necessitadas, segundo o venerando exemplo dos antepassados.
Por divina Providência sucedeu que várias igrejas, instituídas em diversos lugares pelos Apóstolos e seus sucessores, se juntam, no decorrer do tempo, em vários grupos organicamente unidos, os quais, salva a unidade da fé e a única constituição divina da Igreja universal, têm leis próprias, rito litúrgico próprio, e património teológico e espiritual próprio. Algumas de entre elas, principalmente as antigas igrejas patriarcais, como matrizes da fé, geraram outras, que são como que as suas filhas e com as quais permaneceram unidas na vida sacramental e no respeito pelos mútuos direitos e deveres (73). Esta variedade de igrejas locais a convergir para a unidade, manifesta mais claramente a catolicidade da indivisa Igreja. De modo semelhante, as Conferências episcopais podem hoje aportar uma contribuição múltipla e fecunda para que o sentimento colegial leve a aplicações concretas.
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Cap.III - A Constiuição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)

O Colégio dos Bispos e a sua Cabeça
22. Assim como, por instituição do Senhor, S. Pedro e os restantes Apóstolos formam um colégio apostólico, assim de igual modo estão unidos entre si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente comprovada pelos Concílios ecuménicos celebrados no decurso dos séculos, manifesta-se já na disciplina. primitiva, segundo a qual os Bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o Bispo de Roma no vínculo da unidade, da caridade e da paz (59); e também na reunião de Concílios (60), nos quais se decidiram em comum coisas importantes (61), depois de ponderada a decisão pelo parecer de muitos (62); o mesmo é claramente demonstrado pelos Concílios Ecuménicos, celebrados no decurso dos séculos. E o uso já muito antigo de chamar vários Bispos a participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo sacerdócio insinua-a já também. É, pois, em virtude da sagração episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio que alguém é constituído membro do corpo episcopal.
Porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido com sua cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente. A Ordem dos Bispos, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral, e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se continua perpetuamente, é também juntamente com o Romano Pontífice, sua cabeça, e nunca sem a cabeça, sujeito do supremo e pleno poder sobre toda a Igreja (63), poder este que não se pode exercer senão com o consentimento do Romano Pontífice. Só a Simão colocou o Senhor como pedra e clavário da Igreja (cfr. Mt. 16, 18-19), e o constituiu pastor de todo o Seu rebanho (cfr. Jo. 21, 15 ss.); mas é sabido que o encargo de ligar e desligar conferido a Pedro (Mt. 16,19), foi também atribuído ao colégio dos Apóstolos unido à sua cabeça (Mt. 18,18; 28, 16-20) (64). Este colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e universalidade do Povo de Deus e, enquanto reunido sob uma só cabeça, revela a unidade do redil de Cristo. Neste colégio, os Bispos, respeitando fielmente o primado e chefia da sua cabeça, gozam de poder próprio para bem dos seus fiéis e de toda a Igreja, corroborando sem cessar o Espírito Santo a estrutura orgânica e a harmonia desta.
O supremo poder sobre a Igreja universal, que este colégio tem, exerce-se solenemente no Concílio Ecuménico. Nunca se dá um Concílio Ecuménico sem que seja como tal confirmado ou pelo menos aceite pelo sucessor de Pedro; e é prerrogativa do Romano Pontífice convocar estes Concílios, presidi-los e confirmá-los (65). O mesmo poder colegial pode ser exercido, juntamente com o Papa, pelos Bispos espalhados pelo mundo, contanto que a cabeça do colégio os chame a uma acção colegial ou, pelo menos, aprove ou aceite livremente a acção conjunta dos Bispos dispersos, de forma que haja verdadeiro acto colegial.
(Documento Constituição - Lumen Gentium - Cap.III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)

O Episcopado como Sacramento
21. Na pessoa dos Bispos, assistidos pelos presbíteros, está presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo, pontífice máximo. Sentado à direita de Deus Pai, não deixa de estar presente ao corpo dos seus pontífices (53), mas, antes de mais, por meio do seu exímio ministério, prega a todas as gentes a palavra de Deus, administra continuamente aos crentes os sacramento . da fé, incorpora por celeste regeneração e graças à sua acção paternal cfr. 1 Cor. 4,15) novos membros ao Seu corpo e, finalmente, com sabedoria e prudência, dirige e orienta o Povo do Novo Testamento na peregrinação para a eterna felicidade. Estes pastores, escolhidos para apascentar o rebanho do Senhor, são ministros de Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus (cfr. 1 Cor. 4,1); a eles foi confiado o testemunho do Evangelho da graça de Deus (cfr. Rom. 15,16; Act. 20,24) e a administração do Espírito e da justiça em glória (cfr. 2 Cor. 3, 8-9).
Para desempenhar tão elevadas funções, os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com uma efusão especial do Espírito Santo que sobre eles desceu (cfr. Act. 1,8; 2,4; Jo. 20, 22-23), e eles mesmos transmitiram este dom do Espírito aos seus colaboradores pela imposição das mãos (cfr. 1 Tim. 4,14; 2 Tim. 1, 6-7), o qual foi transmitido até aos nossos dias através da consagração episcopal (54). Ensina, porém, o sagrado Concílio que, pela consagração episcopal, se confere a plenitude do sacramento da Ordem, aquela que é chamada sumo sacerdócio e suma do sagrado ministério na tradição litúrgica e nos santos Padres (55). A consagração episcopal, juntamente com o poder de santificar, confere também os poderes de ensinar e governar, os quais, no entanto, por sua própria natureza, só podem ser exercidos em comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do colégio episcopal. De facto, consta pela tradição, manifestada sobretudo nos ritos litúrgicos da Igreja tanto ocidental como oriental, que a graça do Espírito Santo é conferida pela imposição das mãos e pelas palavras da consagração (56), e o carácter sagrado é impresso (57) de tal modo que os Bispos representam de forma eminente e conspícua o próprio Cristo, mestre, pastor e pontífice, e actuam em vez d’Ele (58). Pertence aos Bispos assumir novos eleitos no corpo episcopal por meio do sacramento da Ordem.
(Documento Constituição - Lumen Gentium - Cap.III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)
Sete Dores de Nossa Senhora

Nesta Semana das Dores, iremos meditar acerca das Dores de Nossa Senhora. As Dores de Nossa Senhora nos comovam o coração, impulsionando-nos para a prática do bem.

  1ª. Dor - Apresentação de meu Filho no templo

Nesta primeira dor veremos como o coração de Maria Santíssima foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que o Filho dela seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros. A virtude que aprendemos nesta dor é a da santa obediência. Sejamos obedientes aos superiores, porque são eles instrumentos de Deus.

Quando soube que uma espada lhe atravessaria a alma, desde aquele instante Maria experimentou sempre uma grande dor, mas sempre olhava para o Céu e dizia: 'Em vós confio'. Quem confia em Deus jamais será confundido. Em nossas penas, angústias, confiemos em Deus e jamais nos arrependeremos dessa confiança. 

Quando a obediência nos trouxer qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entreguemos nossas dores e apreensões, sofrendo de bom grado por amor. Obedeçamos não por motivos humanos, mas pelo amor Daquele que por nosso amor se fez obediente até a morte de Cruz.  

2ª. Dor - A fuga para o Egito

Irmãos, quando Jesus, Maria e José fugiram para o Egito, foi grande dor saber que desejavam matar o seu filho, aquele que trazia a salvação! Maria não se aflige pelas dificuldades em terras longínquas; mas por ver seu filho inocente perseguido, por ser o Redentor. Maria suportou o exílio por amor e por alegria por Deus fazer dela cooperadora do mistério da salvação. No exílio Maria sofreu provocações, mas as portas do Céu futuramente abriam para Maria. Esta dor nos ensina a aceitar as provocações do dia-a-dia com alegria de quem sofre para agradar a Deus. Esse agir e esse procedimento chamam-se santidade. No meio da dor sofrem os infelizes, entregam-se ao desespero, porque não têm a amizade divina, que traz paz e confiança em Deus. Por isso, somos convidados a aceitar os sofrimentos por amor a Deus. Exultemos de alegria, porque grande é o nosso merecimento, assemelhando-nos a Jesus Crucificado, que tanto sofreu por amor a vossas almas!  

3ª. Dor - Perda do Menino Jesus

Maria procurou Jesus por três dias. Maria tinha consciência de que Ele era o Messias prometido. Quando o encontrou no Templo, no meio dos doutores, ao dizer-lhe que havia deixado sua mãe três dias em aflição, ele respondeu-lhe: “Eu vim ao mundo para cuidar dos interesses de meu Pai, que está no Céu”. À esta resposta do meigo Jesus, Maria emudeceu e compreendeu que sendo o seu Filho, Homem e Deus, aquele que salva assim deveria proceder, submetendo a sua vida à vontade de Deus, que muitas vezes nos fere em proveito de nossos irmãos.

Jesus deixou Maria por três dias angustiada para proveito da salvação. Aqui devemos contemplar as mães que choram, ao verem os seus filhos generosos ouvirem o chamamento divino, aprendendo com Maria a sacrificar o seu amor natural. Se seus filhos forem chamados para trabalhar na vinha do Senhor, não abafem tão nobre aspiração, como é a vocação religiosa. Mães e pais dedicados, ainda que o seu coração sangre de dor, deixem seus filhos partirem, deixem corresponder aos desígnios de Deus, que usa com eles de tanta predileção. Pais que sofrem, ofertem a Deus a dor da separação, para que seus filhos, que foram chamados, possam ser na realidade bons filhos Daquele que os chamou. Lembrem-se que seus filhos a Deus pertencem e não a vocês. Devem criá-los para servir e amar a Deus neste mundo, e um dia no Céu O louvarem por toda a eternidade. 

Pobres aqueles que querem prender seus filhos, abafando-lhes a vocação! Os pais que assim procedem podem levar seus filhos à perdição eterna e ainda terão que dar contas a Deus no último dia. Porém, protegendo suas vocações, encaminhando-os para tão nobre fim, que bela recompensa receberão estes pais afortunados! Ainda que aqui chorem de saudades e a separação lhes custe muitas lágrimas, eles serão abençoados! E vocês, filhos prediletos chamados por Deus, procedam como Jesus procedeu comigo: primeiramente obedeça à vontade de Deus, que os chamou para habitar na sua casa, quando diz: 'Quem ama seu pai e sua mãe mais do que a mim não é digno de Mim'. Vigiem se, por causa de um amor natural, deixam de corresponder ao chamado divino! 

Almas eleitas chamadas e que sacrificam as afeições mais caras e a sua própria vontade para servir a Deus! Grande é sua recompensa. Avante! Sejam generosas em tudo e louvem a Deus por terem sido escolhidas para tão nobre fim. 

Vocês que choram, pais, irmãos, regozijam-se, porque suas lágrimas um dia converter-se-ão em pérolas, como as de Maria Santíssima se converteram em favor da humanidade. 

4ª. Dor - Doloroso encontro no caminho do Calvário 

Contemplemos e vejamos se há dor semelhante à dor de Maria Santíssima, quando encontrou-se com seu divino Filho a caminho do Calvário, carregando uma pesada cruz e insultado como se fosse um criminoso. 

'É preciso que o Filho de Deus seja esmagado para abrir as portas da mansão da paz!' Lembremo-nos de suas palavras e aceitemos a vontade do Altíssimo, nossa força em horas tão cruéis de nossa vida.

Ao encontrá-lo, Jesus fitou os olhos de Maria e a fez compreender a dor de sua alma. Não pôde dizer-lhe palavra, porém a fez compreender que era necessário que se unisse à Sua grande dor. Amados irmãos, a união da grande dor de Maria e Jesus nesse encontro tem sido a força de tantos mártires e de tantas mães aflitas!

Almas que temem o sacrifício aprendam nesta meditação a se submeterem à vontade de Deus, como Maria e Jesus se submeteram! Aprendam a calar nos seus sofrimentos. 

No nosso silêncio, nesta dor imensa, armazenamos riquezas imensuráveis! Nossas almas hão de sentir a eficácia desta riqueza na hora em que, abatidos pela dor, recorrermos a Maria, fazendo a meditação deste encontro dolorosíssimo. O valor do nosso silêncio se converte em força, quando nas horas difíceis soubermos recorrer à meditação desta dor! 

Como é precioso o silêncio nas horas de sofrimentos! Há almas que não sabem sofrer uma dor física, uma tortura de alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem! Jesus e Maria tudo suportaram em silêncio por amor a Deus! 

A dor humilha e é na santa humildade que Deus edifica! Sem a humildade, trabalhamos em vão; vejam pois como a dor é necessária para a nossa santificação. 

Aprendamos a sofrer em silêncio, como Maria e Jesus sofreram neste doloroso encontro no caminho do Calvário.  

5ª. Dor - Aos pés da Cruz

Na meditação desta dor encontraremos consolo e força para nossas almas contra mil tentações e dificuldades e aprenderemos a ser fortes em todos os combates de nossa vida. 

Contemplemos Maria aos pés da Cruz, assistindo à morte de Jesus, com a alma e o coração transpassados com as mais cruéis dores! 

Não nos escandalizemos com o que fizeram os judeus! Eles diziam: 'Se Ele é Deus, por que não desce da cruz e se livra a si próprio?!' Infelizes aqueles que não crêem que Jesus é o Messias. Não podem compreender que um Deus se humilhasse tanto e que a sua divina doutrina pregava a humildade. Jesus precisava dar o exemplo, para que seus filhos tivessem a força de praticar uma virtude, que tanto custa aos filhos deste mundo, que têm nas veias a herança do orgulho. Infelizes os que, à imitação dos que crucificaram a Jesus, ainda hoje não sabem se humilhar! 

Depois de três horas de tormentosa agonia, Jesus morre, deixando Maria na mais negra escuridão! Sem duvidar um só instante, ela, contido, aceitou a vontade de Deus e, no seu doloroso silêncio, entregou ao Pai sua imensa dor, pedindo, como Jesus, perdão para os criminosos. 

Entretanto, quem a confortou nessa hora angustiosa? Fazer a vontade de Deus foi o seu conforto; saber que o Céu foi aberto para todos os filhos foi seu consolo! Porque Maria também no Calvário foi provada com o abandono de toda consolação! 

Sofrer em união com os sofrimentos de Jesus encontra consolo; sofrer por ter feito o bem neste mundo, recebendo desprezos e humilhações encontra força. 

Que glória para nossas almas se um dia, por amarmos a Deus com todo o nosso coração, formos também perseguidos! 

Aprendamos a meditar muitas vezes esta dor, que ela nos dará força para sermos humildes: virtude amada de Deus e dos homens de boa vontade. 

 6ª. Dor - Uma lança atravessa o Coração de Jesus

Com a alma imersa na mais profunda dor, Maria viu Longinus transpassar o coração de seu Filho, sem poder dizer uma palavra! Derramou muitas lágrimas... Só Deus pode compreender o martírio desta hora, na alma e no coração! 

Depois depositaram Jesus em seus braços, não cândido e belo como em Belém... Morto e chagado, parecendo mais um leproso do que aquele adorável e encantador menino, que tantas vezes apertara ao seu coração! 

Se Maria tanto sofreu, não será ela capaz de compreender os nossos sofrimentos? Por que, então, não recorramos a Maria com mais confiança, ela que tem tanto valor diante do Altíssimo? 

Por muito ter sofrido aos pés da cruz, muito lhe foi dado! Se não tivesse sofrido tanto, não teria recebido os tesouros do Paraíso em suas mãos. 

A dor de ver transpassar o Coração de Jesus com a lança, conferiu a Maria o poder de introduzir, em seu amável Coração, a todos aqueles que a ele recorrerem. Corramos todos a Maria, porque ela pode nos colocar dentro do Coração Santíssimo de Jesus Crucificado, morada de amor e de eterna felicidade! 

O sofrimento é sempre um bem para a alma. Regozijemo-nos, pois, com Maria, que foi a segunda mártir do Calvário! Sua alma e seu coração participaram dos suplícios do Salvador, conforme a vontade do Altíssimo, para reparar o pecado da primeira mulher! Jesus foi o novo Adão e Maria a nova Eva, livrando assim a humanidade do cativeiro no qual se achava presa. 

Para correspondemos, porém, a tanto amor, sejamos muito confiantes em Maria, não nos afligindo nas contrariedades da vida; ao contrário, confiemos todos os nossos receios e dores a Ela, que saberá dar em abundância os tesouros do Coração de Jesus! 

Não nos esqueçamos de meditar esta imensa dor, quando nossa cruz estiver pesada. Nela encontraremos força para sofrer por amor a Jesus que sofreu na Cruz a mais infame das mortes. 

7ª. Dor - Jesus é sepultado

Quanta dor padeceu Maria quando teve que ver sepultado seu Filho. A quanta humilhação seu Filho se sujeitou, deixando-se sepultar, sendo Ele o mesmo Deus! Por humildade, Jesus submeteu-se à própria sepultura, para depois, glorioso, ressuscitar dentre os mortos! 

Bem sabia Jesus o quanto Maria sofreria vendo-o sepultado; não a poupando, quis que Maria também fosse participante na sua infinita humilhação! 

Vejamos como Deus amou a humilhação! Tanto que deixou-se sepultar nos santos Sacrários, a esconder sua majestade e esplendor, até o fim do mundo! Na verdade, o que se vê no Sacrário? Apenas uma Hóstia Branca e nada mais! Ele esconde sua magnificência debaixo da massa branca das espécies de pão! E não o admiramos tanto quanto Ele merece, por Jesus assim Se humilhar até o fim dos séculos! 

A humildade não rebaixa o homem, pois Deus Se humilhou até à sepultura e não deixou de ser Deus. 

Se queremos corresponder ao amor de Jesus, devemos mostrar que O amamos, aceitando as humilhações. A aceitação da humilhação nos purifica de toda e qualquer imperfeição e, desprendendo-nos deste mundo, passamos desejar mais intensamente o Paraíso. 

Apresentamos estas sete Dores de Maria, não para queixar somente, mas para mostrar as virtudes que devemos praticar, para um dia estar ao seu lado e ao lado de Jesus! Receberemos a glória imortal, que é a recompensa das almas que, neste mundo, souberam morrer para si, vivendo só para Deus! 

Nossa Mãe nos abençoa e nos convida a meditar muitas vezes nestas palavras ditadas, porque muito nos amo.

Por: Padre Wagner Augusto Portugal
1º ESCOLA CATEQUÉTICA 19/03/13

Formação para catequistas e aberto para a comunidade em geral, ministrado pelas Irmãs da Congregação dos Filhos e Filhas de Jesus e Maria de Monte Aprazível







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MISSA DE SÃO JOSÉ CELEBRADA PELO Pe. MARCOS NA COMUNIDADE SÃO JOSÉ EM 19 DE MARÇO DE 2013.