O
ministério episcopal de santificar
26.
Revestido da plenitude do sacramento da Ordem, o Bispo é o «administrador da
graça do supremo sacerdócio» (84), principalmente na Eucaristia, que ele mesmo
oferece ou providencia para que seja oferecida (85), e pela qual vive e cresce
a Igreja. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as
legítimas comunidades locais de fiéis, as quais aderindo aos seus pastores, são
elas mesmas chamadas igrejas no Novo Testamento (86). Pois elas são, no local
em que se encontram, o novo Povo chamado por Deus, no Espírito Santo e com
plena segurança (cfr. 1 Tess. 1, 5). Nelas se congregam os fiéis pela pregação
do Evangelho de Cristo e se celebra o mistério da Ceia do Senhor «para que o corpo da inteira
fraternidade seja unido por meio da carne e sangue do Senhor» (87) Em qualquer
comunidade que participa do altar sob o ministério sagrado do Bispo (88), é
manifestado o símbolo do amor e da unidade do Corpo místico, sem o que não pode
haver salvação (89). Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres,
ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se unifica a Igreja una,
santa, católica e apostólica (90). Pois «outra coisa não faz a participação no
corpo e sangue de Cristo, do que transformar-nos naquilo que recebemos» (91).
Toda a legítima celebração da Eucaristia é dirigida pelo Bispo, a quem foi
confiado o encargo de oferecer à divina Majestade o culto da religião cristã, e
de o regular segundo os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, ulteriormente
determinadas para a própria diocese, segundo o seu parecer. Deste modo, os
Bispos, orando e trabalhando pelo povo, espalham multiforme e abundantemente
«plenitude da santidade de Cristo. Pelo ministério da palavra, comunicam a
força de Deus, para salvação dos que crêem (cfr. Rom. 1,16) e, por meio dos
sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa ordenam com a sua autoridade,
santificam os fiéis (92). São eles que regulam a administração do Baptismo,
pelo qual é concedida a participação no sacerdócio real de Cristo. São eles os
ministros originários da Confirmação, dispensadores das sagradas ordens e
reguladores da disciplina penitencial, e com solicitude exortam e instruem o
seu povo para que participe com fé e reverência na Liturgia, principalmente no
santo sacrifício da missa. Finalmente, devem ajudar com o próprio exemplo
aqueles que governam, purificando os próprios costumes de todo o mal e tornando-os
bons, quanto lhes for possível com o auxílio do Senhor, para que alcancem, com
o povo que lhes é confiado, a vida eterna (93).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial o Episcopado)
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