O
Episcopado como Sacramento
21. Na
pessoa dos Bispos, assistidos pelos presbíteros, está presente no meio dos
fiéis o Senhor Jesus Cristo, pontífice máximo. Sentado à direita de Deus Pai,
não deixa de estar presente ao corpo dos seus pontífices (53), mas, antes de
mais, por meio do seu exímio ministério, prega a todas as gentes a palavra de
Deus, administra continuamente aos crentes os sacramento . da fé, incorpora por
celeste regeneração e graças à sua acção paternal cfr. 1 Cor. 4,15) novos
membros ao Seu corpo e, finalmente, com sabedoria e prudência, dirige e orienta
o Povo do Novo Testamento na peregrinação para a eterna felicidade. Estes
pastores, escolhidos para apascentar o rebanho do Senhor, são ministros de
Cristo e dispensadores dos mistérios de Deus (cfr. 1 Cor. 4,1); a eles foi
confiado o testemunho do Evangelho da graça de Deus (cfr. Rom. 15,16; Act.
20,24) e a administração do Espírito e da justiça em glória (cfr. 2 Cor. 3,
8-9).
Para
desempenhar tão elevadas funções, os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo
com uma efusão especial do Espírito Santo que sobre eles desceu (cfr. Act. 1,8;
2,4; Jo. 20, 22-23), e eles mesmos transmitiram este dom do Espírito aos seus
colaboradores pela imposição das mãos (cfr. 1 Tim. 4,14; 2 Tim. 1, 6-7), o qual
foi transmitido até aos nossos dias através da consagração episcopal (54).
Ensina, porém, o sagrado Concílio que, pela consagração episcopal, se confere a
plenitude do sacramento da Ordem, aquela que é chamada sumo sacerdócio e suma
do sagrado ministério na tradição litúrgica e nos santos Padres (55). A
consagração episcopal, juntamente com o poder de santificar, confere também os
poderes de ensinar e governar, os quais, no entanto, por sua própria natureza,
só podem ser exercidos em comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do
colégio episcopal. De facto, consta pela tradição, manifestada sobretudo nos
ritos litúrgicos da Igreja tanto ocidental como oriental, que a graça do
Espírito Santo é conferida pela imposição das mãos e pelas palavras da
consagração (56), e o carácter sagrado é impresso (57) de tal modo que os
Bispos representam de forma eminente e conspícua o próprio Cristo, mestre,
pastor e pontífice, e actuam em vez d’Ele (58). Pertence aos Bispos assumir
novos eleitos no corpo episcopal por meio do sacramento da Ordem.
(Documento Constituição - Lumen Gentium - Cap.III - A Constituição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)
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