Relação
dos Bispos dentro do Colégio
Cada um
dos Bispos que estão à frente de igrejas particulares, desempenha a acção
pastoral sobre o porção do Povo de Deus a ele confiada, não sobre as outras
igrejas nem sobre a Igreja universal. Porém, enquanto membros do colégio
episcopal e legítimos sucessores dos Apóstolos, estão obrigados, por
instituição e preceito de Cristo, à solicitude sobre toda a Igreja (69), a
qual, embora não se exerça por um acto de jurisdição, concorre, contudo,
grandemente para o bem da Igreja universal. Todos os Bispos devem, com efeito,
promover e defender a unidade da fé e disciplina comum a toda a Igreja; formar
os fiéis no amor pelo Corpo místico de Cristo, principalmente pelos membros
pobres, sofredores e que padecem perseguição por amor da justiça (cfr. Mt.
5,0); devem, finalmente, promover todas as actividades que são comuns a toda a
Igreja, sobretudo para que a fé se difunda e a luz da verdade total nasça para
todos os homens. Aliás, é certo que, governando bem a própria igreja, como
porção da Igreja universal, concorrem eficazmente para o bem de todo o Corpo
místico, que é também o corpo das igrejas (70).
O
cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da terra pertence ao corpo
dos pastores, aos quais em conjunto deu Cristo o mandato, impondo este comum
dever, como já o Papa Celestino recordava aos Padres do Concílio de Éfeso (71).
Pelo que, cada um dos Bispos, quanto o desempenho do seu próprio ministério o
permitir, está obrigado a colaborar com os demais Bispos é com o sucessor de
Pedro, a quem, dum modo especial, foi confiado o nobre encargo de propagar o
cristianismo (72). Devem, por isso, com todas as forças, subministrar às
Missões, não só operários para a messe, mas também auxílios espirituais e
materiais, tanto por si mesmos directamente como fomentando a generosa cooperação
dos fiéis. Finalmente, os Bispos, em universal comunhão de caridade, prestem de
boa vontade ajuda fraterna às outras igrejas, em especial às mais vizinhas e
necessitadas, segundo o venerando exemplo dos antepassados.
Por
divina Providência sucedeu que várias igrejas, instituídas em diversos lugares
pelos Apóstolos e seus sucessores, se juntam, no decorrer do tempo, em vários
grupos organicamente unidos, os quais, salva a unidade da fé e a única
constituição divina da Igreja universal, têm leis próprias, rito litúrgico
próprio, e património teológico e espiritual próprio. Algumas de entre elas,
principalmente as antigas igrejas patriarcais, como matrizes da fé, geraram
outras, que são como que as suas filhas e com as quais permaneceram unidas na
vida sacramental e no respeito pelos mútuos direitos e deveres (73). Esta
variedade de igrejas locais a convergir para a unidade, manifesta mais
claramente a catolicidade da indivisa Igreja. De modo semelhante, as
Conferências episcopais podem hoje aportar uma contribuição múltipla e fecunda
para que o sentimento colegial leve a aplicações concretas.
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Cap.III - A Constiuição Hierárquica da Igreja e em Especial a do Episcopado)
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