ANO LITÚRGICO OU ANO CRISTÃO
O
Ano Litúrgico foi elaborado pela Igreja com o objetivo de comemorar os
acontecimentos marcantes da História da Salvação.
Não
corresponde ao Ano Civil, que começa em 1º de janeiro e termina em 31 de
dezembro, o “Ano Litúrgico” ou “Ano Cristão” tem início no 1º Domingo do
Advento, quatro semanas antes do Natal e termina com a festa de Cristo Rei, no
ano civil seguinte. Por ele, o povo cristão revive anualmente todo o mistério
da Salvação, centrado na Pessoa de
Jesus, o Messias.
Então,
podemos dizer que é um calendário religioso que marca os principais acontecimentos
da nossa vida cristã: Advento, Natal,
Quaresma e Páscoa.
A Igreja, para celebrar o Mistério
de Cristo, presente na Sagrada Escritura (Bíblia) que é proclamada, dividiu as
Celebrações Dominicais ao longo de 03 (Três) anos litúrgicos, chamados de Ano A, Ano B e Ano C.
Organizando
o Ano Litúrgico em três ciclos de leituras (Evangelho e demais livros do Antigo
e Novo Testamento) temos:
·
No
Ano A – lemos o Evangelho de Mateus;
·
No
Ano B – lemos o Evangelho de Marcos;
·
No
Ano C – lemos o Evangelho de Lucas.
O Evangelho de João ficou reservado para ocasiões especiais,
principalmente Festas e Solenidades.
Seguindo
este ciclo de três Anos Litúrgicos teremos uma grande visão de toda a Bíblia,
pois cada ano tem uma sequência de leituras próprias.
O
Evangelho ao longo de cada Ano Litúrgico quer nos ajudar a percorrer toda a
vida de Jesus em ordem cronológica, partindo do Nascimento até a Ascensão.
Nas
celebrações dominicais são proclamados textos que falam do anúncio do Reino,
dos sinais que Jesus realizou, do chamado dos discípulos, etc., até culminar
com sua morte e ressurreição.
A
divisão foi determinada pela Igreja como:
·
Ano
I – Ano A
·
Ano
II – Ano B
·
Ano
III – Ano C
Sendo assim, o ano
cuja soma dos algarismos for um número múltiplo de 3 é o Ano Litúrgico do Ciclo
C. Por exemplo:
O Ano de 2019 – (2 + 0
+ 1 + 9 = 12) como 12 é múltiplo de 3, então 2019 foi o Ano C.
O Ano de 2020 – (2 + 0
+ 2 + 0 = 4) como 4 é par, então 2020 é o Ano A.
O Ano de 2021 – (2 + 0
+ 2 + 1 = 5) como 5 é ímpar e não é múltiplo de 3, então 2021 será o Ano B.
O Ano de 2022 – (2 + 0 + 2 +
2 = 6) como 6 é múltiplo de 3, então será
o Ano C.
E assim, sucessivamente...
O
Ano Litúrgico tem como coração o
Mistério Pascal de Cristo, nele palpitam as pulsações do Coração de Nosso Senhor, enchendo da Vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.
O
Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã apostólica, afirma que o
domingo, “Dia do Senhor”, é o
fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja celebra o mistério central da
nossa Fé na Páscoa Semanal que, devido a tradição apostólica, se celebra a cada oito dias.
O Domingo é justamente o
primeiro dia da semana, dia da Ressurreição do Senhor, que lembra o primeiro
dia da criação, no qual Deus criou a Luz (Gn 1, 3-5).
O
Ano Litúrgico possui dois ciclos: Ciclo
da Páscoa e Ciclo do Natal.
Ciclo do Natal
Tempo do Advento: é formado por 4
(quatro) semanas de preparação para o Natal, não é um tempo penitencial. Mas,
de uma alegria piedosa e gratidão pela nossa salvação. Nas duas primeiras
semanas, as reflexões se voltam para a Segunda
Vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da História
no final dos tempos. As duas últimas semanas visam, em especial, a preparação
para a Celebração do Natal, a Primeira Vinda de Jesus entre nós.
Tempo do Natal: a celebração do Natal
do Senhor são mais quatro grandes solenidades (quatro semanas). 1) Festa da
Sagrada Família; 2) Festa de Santa Maria Mãe de Deus; 3) Festa da Epifania do
Senhor; 4) Festa do Batismo do Senhor.
Tempo Comum: dividido em duas partes.
A primeira parte do
tempo comum – abrange algumas semanas que separam o tempo do Natal do
início da Quaresma, tem como ponto de reflexão: “Brilha a esperança da Salvação”/
Jesus dá início as suas primeiras pregações.
A segunda parte do
tempo comum – no qual revivemos tudo o que Jesus Cristo disse e fez para
nossa salvação – que completa 34 domingos. Iniciando com a solenidade da Santíssima
Trindade e terminando o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei.
Ciclo da Páscoa
Tempo da Quaresma: compreende a preparação
para a Páscoa, inicia-se na Quarta-Feira de Cinzas (este ano 26/02/2020), são
quarenta dias que a Igreja relaciona com os quarenta anos de peregrinação do
povo hebreu rumo à Terra Prometida; os quarenta dias de jejum total de Moisés
no Monte Sinai, se preparando para receber a Lei da Aliança (Ex 24, 12-18 e
34); os quarenta dias em que Elias seguia o caminho do Monte Horeb fugindo da
perseguição (1 Rs 19,8); e o retiro de Jesus no deserto, onde passa quarenta
dias e quarenta noites em jejum, se preparando para sua vida pública (Mt 4,
1-2) – Tempo de contemplar a Via Cruz – Via Sacra.
Tempo
de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de Memória do
Batismo, de Reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer à oração, ao
jejum, à esmola e, de maneira geral, à confissão (Mt 6, 1-6, 16-18).
A
Igreja do Brasil desenvolve neste Tempo da Quaresma a Campanha da Fraternidade.
Tríduo Pascal: é o ponto culminante, o eixo do qual gira todo o Ano Litúrgico,
quando fazemos memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Começa na
Quinta-feira Santa, com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor. Na Sexta-feira
Santa celebra-se a Paixão do Senhor. No Sábado Santo, a Solene Vigília Pascal,
“A mãe de todas as Vigílias” (Santo Agostinho), porque celebra a Morte e
Ressurreição do Senhor. A Vigília abre o Tempo Pascal com o retorno da Glória e
do Aleluia.
O
Tríduo é concluído na véspera do Domingo da Páscoa da Ressurreição.
Tempo Pascal: Páscoa é “Deus que passa” (Ex 112 e Dt 16), é o
mistério de sua passagem pela Terra e pela existência humana, a fim de
proporcionar a passagem da morte para a vida plena da perdição do pecado para a
salvação.
O
Tempo Pascal se dá com o Domingo da Páscoa, celebração solene do Mistério da
Páscoa da Ressurreição e se prolonga por sete domingos, tempo de alegria e
exultação.
Os
primeiros oito dias deste período são chamados Oitava da Páscoa e são celebrados como Solenidade do Senhor. No
sétimo domingo do Tempo Pascal, no Brasil, celebra-se a Festa da Ascensão do
Senhor. Este tempo está relacionado com a experiência que os Apóstolos fizeram
do Ressuscitado naqueles dias que sucederam o Domingo da Ressurreição. A Primeira
Leitura dos domingos deste tempo será sempre extraída dos Atos dos Apóstolos,
no qual se concentra a história da Igreja nascente. A semana que antecede
Pentecostes é dedicada à semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e marcada
pela preparação para a vinda do Espírito Santo, o grande dom do Ressuscitado e
Criador da Nova Israel, que agora se configura como a Igreja de Jesus Cristo,
nascida de sua Páscoa.
Encerra-se
o Tempo Pascal, neste Ano de 2020 em 31 de maio, com a solenidade de
Pentecostes. Em seguida inicia-se a segunda parte do Tempo Comum.
COMEMORAÇÃO DA VIRGEM MARIA E DOS SANTOS
“No ciclo anual, a
Igreja celebrando o Mistério de Cristo, venera também com particular amor a
Santa virgem Maria, Mãe de Deus, e propõe à piedade dos fiéis as memórias dos
Mártires e outros Santos”. (Normas universais do Ano Litúrgico, nº 8)
Na Liturgia
Reformada depois do Concílio Vaticano II, Maria foi recolocada em íntima
relação com o Mistério de Cristo e da Igreja. No decorrer do Ano Litúrgico, há
três tipos de celebrações marianas: As Solenidades,
as Festas e as Memórias.
Solenidades: constituem as
celebrações mais importantes, com um sabor especial. Em todo o mundo elas são
quatro: Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), Anunciação (25 de março), Assunção
(15 de agosto) e Imaculada Conceição (08 de dezembro). No Brasil, celebra-se a
Padroeira N.S. da Conceição Aparecida (12 de outubro).
Festas: As principais são
a visitação (31 de maio) e o nascimento de Maria (08 de setembro). Na América
Latina, Nossa Senhora de Guadalupe (12 de dezembro) Padroeira do Continente.
Memórias: N. S. das Dores
(15 de setembro), N. S. de Lourdes (11 de fevereiro), N. S. Carmo (16 de julho)
e N. S. do Rosário (07 de outubro). Uma celebração de memória pode ser para
determinada Igreja local ou comunidade, Festa ou Solenidade.
Os
santos, mártires e virgens exemplares, seguidores de Cristo, intercedem por nós
junto a Deus, além de nos estimular a viver o Evangelho por seu testemunho de
fé e fortaleza nos sofrimentos. A Liturgia os celebra como Padroeiros e lhes
dedica um calendário próprio chamado Santoral, com datas fixas durante o ano.
Por exemplo nosso Padroeiro Paroquial, São João Batista (24/06 – Nascimento e
29/08 – Martírio).
DIAS DE PRECEITO
Quando
o fiel católico é obrigado a
participar da Santa Missa - III
Mandamento da Lei de Deus – guardar
domingos e festas.
Como nos orienta o
Catecismo da Igreja Católica:
·
CIC
– Parágrafo 2177 – A Celebração Dominical do dia e da Eucaristia do Senhor está
no coração da vida da Igreja – O domingo, em que se celebra o Mistério Pascal,
por Tradição Apostólica, deve guardar-se em toda a Igreja como o Primordial Dia Festivo de Preceito.
·
CIC
– Parágrafo 2180 – O mandamento da Igreja determina e precisa a Lei do Senhor –
No domingo e nos outros dias festivos de
preceito, os fiéis têm obrigação de participar da Missa.
·
CIC
– Parágrafo 2181 – A Eucaristia Dominical Fundamento
à Prática Cristã – Por isso os fiéis têm a obrigação de participar da Missa
nos dias de preceito. Ao menos que estejam justificados por motivo sério
(Exemplos: motivo de enfermidade, obrigação de cuidar de criança de peito) ou
dispensados pelo seu Pastor. Os que deliberadamente
faltam a esta obrigação cometem pecado grave.
DIAS DE PRECEITO – ANO 2020
Obrigação do
Cristão – III Mandamento da Lei de Deus
·
Todos
os Domingos do Ano
·
Solenidade
Santa Maria, mãe de Deus – 01/01/2020
·
Epifania
do Senhor – 05/01/2020
·
São
José Operário – 01/05/2020
·
Ascensão
do Senhor – 24/05/2020
·
Corpus
Christi – 11/06/2020
·
Natividade
de São João Batista (Padroeiro Paroquial) – 24/06/2020
·
São
Pedro e São Paulo – 28/06/2020
·
Assunção
de Nossa Senhora – 16/08/2020
·
Martírio
de São João Batista (Padroeiro Paroquial) – 29/08/2020
·
Festa
de Todos os Santos – 01/11/2020
·
Imaculada
Conceição – 08/12/2020
·
Natal
do Senhor – 25/12/2020
OBSERVAÇÃO SOBRE O TRÍDUO PASCAL
“No
Tríduo Pascal o sentimento de uma única celebração é tal que fazemos o Sinal da
Cruz no início da Missa do Lava-Pés e só vamos tornar a fazê-lo no final da
Vigília Pascal. Estamos na semana maior do cristianismo e a Igreja nos convida
a celebrarmos bem o Mistério de nossa salvação. Liturgicamente corresponde a
uma única celebração, que percorre três dias”. (Pe. Paulo Ricardo)
OBSERVAÇÃO SOBRE O DIA DA PÁSCOA
A
Páscoa é uma festa que acontece todos os Anos no Domingo, não tem uma data fixa.
Porque trata-se de um cálculo feito a partir da Primavera, lá nas Terras de
Jesus.
Quando
se inicia a primavera, onde Cristo viveu, se olha no calendário e procura a
primeira lua cheia, no domingo seguinte é a Páscoa.
Não
podemos esquecer que é uma obrigação canônica participar da Missa aos domingos.
Portanto, a Páscoa do Senhor celebramos no domingo.
CORES DO ANO LITÚRGICO E SIGNIFICADOS
BRANCO: Simboliza a Vitória, a Paz, a Harmonia, a
Alegria (Festa). Usamos na Páscoa, no Natal, nas Festas dos Santos
não-mártires.
As
cores dourada e prateada podem ser usadas nos dias festivos, em substituição à Branca. A cor Azul também pode ser usada nas Festas e Solenidades da Virgem Maria.
Branco
também pode ser usado nas Missas pelos mortos (sinal de ressurreição).
VERMELHO: Simboliza o fogo
do amor, da caridade ou do martírio, lembrando o fogo do Espírito Santo.
Usamos
na Festa de Pentecostes, também na Festa dos Santos Mártires, no Domingo de
Ramos (Paixão) e na Sexta-feira Santa.
VERDE: Simboliza a esperança e é usado nos Domingos
do Tempo Comum.
ROXO: Simboliza a
penitência, contrição, recolhimento e serenidade. Usado no Tempo da Quaresma e
Advento, também nas Missas para os mortos.
PRETO:
Simboliza
tristeza, dor, luto. Pode ser usado na Missa pelos mortos.
ROSA: Simboliza
alegria, dentro de um Tempo destinado à penitência.
Utilizada no III
Domingo do Advento (Domingo Gaudete – Domingo da Alegria) e no IV Domingo da
Quaresma (Domingo Laetare).
12/janeiro/2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário