DICAS BÍBLICAS - FEVEREIRO 2014

Vós sois a luz do mundo.



Texto de Mt 5,13-16

As imagens do sal e da luz, apresentadas neste texto de Mateus, permitem definir a identidade dos discípulos. O sal serve para dar sabor, para conservar e purificar; é, ainda, ingrediente indispensável para o sacrifício e a aliança.

O sal
O sal utilizado na aliança simboliza a perenidade do pacto.  Os discípulos, pela graça de Cristo, dão sabor ao mundo, sentido à existência humana. No entanto, é preciso estar atentos, pois o sal pode ser adulterado; quando isso acontece, ele não serve para mais nada, perdeu sua função.
O sal aparece como imagem do que purifica, do que dá sabor, do que conserva e dá vida aos alimentos.  No Evangelho as pessoas simples que escutavam Jesus captavam com toda beleza e profundidade o simbolismo do sal, e entendiam que o Evangelho pode pôr na vida do ser humano um sabor e uma graça desconhecidos.
Jesus fala do perigo do “sal se tornar insípido”. São João da Cruz  diz: “ Deus nos livre que o sal comece a evanescer-se, porque, por mais que pareça algo por fora, em substância já não será mais nada, quando se está certo de que as boas obras não podem ser feitas a não ser em virtude de Deus”.
Para ser “sal da terra”, o importante são as boas obras que nascem do amor e da ação do Espírito em nós.

A luz
A vocação de Israel é a de ser luz. Também é a vocação dos discípulos de Jesus. A luz que resplandece nos discípulos é a de Cristo Ressuscitado, ele que é a “luz do mundo”. É por meio das “boas obras”, as obras de misericórdia, que a luz resplandece e ilumina, não para exaltar a pessoa, mas para mostra-las. Àquele que é a fonte de todo bem: “o Pai que está nos céus”. A medida do sal e a intensidade da Luz são a medida da ação de Deus na vida do discípulo. Somente desse modo sal e luz conservam sua prioridade e função específicas. Apenas quando o discípulo se deixa conduzir pelo sopro de Deus, é movido unicamente pelo desejo de servi-lo, e que ele exprime a sua verdadeira identidade.
Para o povo da Bíblia, a luz recorda o primeiro ato do criador1 , momento a partir do qual foi desencadeado o processo da harmonia do universo. Por isso as mães judias celebravam, ao cair da tarde às sextas, o rito da luz, ao acenderem as lâmpadas que marcavam o início do sábado, cercada dos filhos recitavam uma grande oração. Essa lâmpada “faz o céu descer em todas as casas dos judeus, enchendo-as de uma paz há muito esperada e saudada com alegria; fazendo de cada casa um santuário, do pai um sacerdote, e da mãe que acende as velas um anjo de luz”2 .

O Servo de Javé será “luz das nações” 3, e a própria Lei é chamada de luz. Em Is 60,1-3 Jerusalém é convidada a se levantar e resplandecer, porque chegou sua luz e a glória de Javé desponta sobre a cidade. À luz de Jerusalém caminharão todas as nações.
Na prática do amor fraterno, na misericórdia, o ser humano brilha como uma luz, porque ele reflete a Glória divina.

Vamos pensar um pouco
1 – A nossa fé perdeu o sabor? O que poderíamos fazer para vivermos tudo de maneira nova: transformar a solidão em convivência, a tristeza em a alegria, a rotina de todo dia em festa.

2 - Nós cristãos podemos fazer algo de mais significativo em nossa sociedade que dê sabor à vida, algo que a purifique, cure e liberte do egoísmo?

Fonte: 
A Bíblia dia a dia 2014 – Paulinas 

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