Discípulos missionários a partir do Evangelho de Lucas
“Alegrai-vos comigo, encontrei o que havia perdido” (cf. Lc 15)
 
E enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi elevado ao céu.

Texto de Lc 24, 46-53
 Lucas retoma a paixão e ressurreição “devia sofrer e ressuscitar” para confirmar a missão dos discípulos de anunciar e testemunhar em seu nome a “remissão dos pecados a todas as nações”. Levou-os até Betânia enquanto os abençoava foi elevado aos céus; os seus discípulos se prostraram, depois voltaram a “Jerusalém com grande alegria”.
É a Ascensão do Senhor que permite afirmar que Jesus, por sua ressurreição, está junto do Pai. Em Lucas o relato da Ascensão é precedido da promessa do envio do Espírito Santo e da missão confiada aos discípulos de serem testemunhas de Jesus Cristo.

O Cristo Ressuscitado continua a ter palavra e a ensinar os apóstolos, mas não de viva voz, e sim pelo Espírito Santo, que faz na comunidade dos discípulos a memória de Jesus, atualiza e esclarece suas palavras e move ao testemunho.

A Ascensão, antes de tudo é uma profissão de fé que visa responder à pergunta por onde e como encontrar o Ressuscitado elevado ao céu. O verbo “foi elevado”, indica que foi Deus, o Pai quem o elevou.  

“Uma nuvem o envolveu” (v.9). A nuvem, símbolo da presença de Deus.  Jesus entra no mistério de Deus; no que é seu, antes da criação do mundo. Os olhos da fé o veem perfeitamente e o coração dos que acreditam o acolhe com amor e gratidão. O Espírito Santo mantém viva a memória dos ensinamentos de Jesus, atualiza e esclarece as suas palavras e os move a darem testemunho do Crucificado e Ressuscitado, vencedor da morte. 


Os discípulos fazem a experiência pela ação do Espírito, a presença do Senhor podia e pode ser sentida e reconhecida em todos os âmbitos da vida. É no cotidiano da existência humana que o Senhor se deixa encantar. A sua “elevação” é sentida em todos os lugares e em todo tempo. Agora, a experiência se faz através da fé, a elevação de Jesus não é sentida como ausência, mas como uma forma de presença. O fruto desta presença é a alegria: “Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria” (Lc 24,52).
 
“... erguendo as mãos, os abençoou”.
Seu gesto “os abençoava” está carregado de fé e de amor. Jesus deseja envolver os que mais sofrem com a compaixão, a proteção e a bênção de Deus. Jesus entra no mistério insondável de Deus e seus seguidores ficam envoltos em sua bênção. Jesus volta para seu Pai “abençoando” seus discípulos. É seu último gesto. 
Abençoar é desejar a alguém o bem do mais profundo de nosso ser, mesmo que nós não sejamos a fonte da bênção, mas apenas suas testemunhas. Quem abençoa os outros abençoa-se a si mesmo. A bênção fica ressoando em seu interior, como prece silenciosa que vai transformando seu coração, tornando-o melhor e mais nobre.

Em que eu gostaria de ser abençoado?
Como discípulo de Jesus, a quem eu gostaria de abençoar?

Fonte:  
O caminho aberto por Jesus.  Pagola Antonio José – pg. 358
Agenda Bíblica – Paulinas 2013

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