2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de
Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar,
com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com
Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A
Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho
para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o
Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»1. Sucede não poucas vezes que os cristãos
sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da
fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua
vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas
frequentemente acaba até negado.2 Enquanto, no passado, era
possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no
seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que
já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de
fé que atingiu muitas pessoas.
(Documento Porta Fidei, nº 2)
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