5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu
este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar», bem ciente das graves dificuldades
daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua
recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o
cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião
propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres
Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu
valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser
conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério,
no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de
indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX:
nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que
começa». Quero aqui repetir com
veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da
minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma
justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande
força para a renovação sempre necessária da Igreja».
(Documento Porta Fidei, nº 5)
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