Reflexão e aprofundamento
Tema: Ministros Ordenados:
mestres da oração
O sacramento da ordem
concedido aos Ministros Ordenados é de instituição divina, isto é, foi criado
pelo próprio Cristo. Os presbíteros nas palavras do apóstolo Pedro devem “ser
pastores do rebanho de Deus” (cf.1Pd 5,1-4). Isto nos diz que os ministros
ordenados não são apenas administradores em suas dioceses ou comunidades
paroquiais; são sim, fiéis cristãos que receberam, no Sacramento da Ordem, uma marca
perpétua na alma, que não se apaga jamais. Esta marca os constitui ministros de
Cristo, mestres da oração, para servir não a si mesmos, mas ao povo de Deus.
Os ministros ordenados
ao responderem o chamamento divino oferecem o próprio testemunho de vida. São
assim, mestres da oração e amigos de Deus para cuidar com zelo de todos os
vocacionados e vocacionadas, homens e mulheres que desde o batismo foram chamados
por Deus a uma vocação.
Vemos na primeira carta
de São Pedro que os ministros ordenados devem ter um “coração generoso; não por
torpe ganância, mas livremente; não como dominadores daqueles que lhes foram
confiados, mas antes, como modelos do rebanho” (cf.1Pd 5,1-4). Para ser um modelo
do rebanho implica ao ministro ordenado ser íntimo de Deus.
A intimidade na oração,
a capacidade de disciplinar-se para rezar a sós (Lc 11, 1-13) e com a
comunidade, antes e depois das atividades.
Encontramos na Exortação
Apostólica, Verbum Domini: “no diálogo com Deus, compreendemo-nos a nós mesmos e
encontramos respostas para as perguntas mais profundas que habitam o coração”.
(cf. Verbum Domini, 1ª parte, nº 23, p.
48, Paulinas).
O papa Bento XVI nos
recordou, durante o Ano sacerdotal, que três aspectos são essenciais na vida do
sacerdote para que seu testemunho seja eficaz. O primeiro se refere à amizade
com Cristo, cultivada a partir da escuta da sua Palavra. O segundo aspecto é o
dom total de si mesmo a Deus, que se concretiza no ministério pastoral e na “alegria
de se tornar companheiro de viagem de tantos irmãos, para que se abram ao
encontro com Cristo e sua Palavra torne-se luz para o seu caminho” (Bento XVI, mensagem
para o 47º Dia Mundial de Oração pelas Vocações). O terceiro aspecto é
o viver a comunhão. Os ministros ordenados, mestres da oração, “devem ser
homens de comunhão, abertos a todos, unidos ao rebanho inteiro que a bondade do
Senhor lhes confiou, ajudando a superar divisões, enxugar lágrimas, a resolver
divergências e
incompreensões” (idem).
Por fim, fundamento
imprescindível de toda vida dos ministros ordenados permanece a amizade com
Deus como afirma a Constituição Dogmática Dei Verbum 2: “... na riqueza do seu
amor fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir
à comunhão com Ele.” Neste sentido, esta amizade íntima com Deus só pode ser encontrada
na oração cotidiana dos ministros ordenados. Elemento essencial para um
testemunho vocacional coerente e sincero. A doação de si mesmos a Deus e a
vivência da comunhão sustentam a fortalecem a vida da Igreja, atrai novas
vocações para o ministério ordenado e a vida consagrada religiosa ou secular.
Podemos nos perguntar
como comunidade: Qual a nossa contribuição para que os nossos ministros ordenados:
bispos, presbíteros e diáconos sejam de fato “mestres da oração”?
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