Reflexão e
aprofundamento
Tema: Cristãos Leigos:
operários e operárias na evangelização
O Concílio Vaticano II
nos deu uma nova visão de Igreja e começou a esboçar uma teologia do laicato.
São alicerces que permitem a continuidade da reflexão cada vez mais aprofundada
deste tesouro para o futuro da Igreja, que são os leigos e leigas. O Papa Pio
XII, em 1946, proclamou: “os leigos são Igreja”. O Concílio Vaticano II,
documentos e discursos de Paulo VI e de João Paulo II, foram iluminando mais a afirmação
de Pio XII.
Bem distante do Brasil,
no sul da Itália, na cidade de Messina, em meados do final do século XIX, um
jovem padre, Aníbal Maria Di Francia, intuía a importância que deveria ser dada á vocação dos
cristãos leigos, como operários e operárias na evangelização. No paupérrimo
bairro “Avinhão”, ele reuniu leigos como seus primeiros colaboradores na empreitada
do trabalho sócioeducativo. Neste lugar, com o empenho desmedido dos leigos que
lá atuavam, ele viu a necessidade de se rezar pelas vocações, para que na
Igreja jamais faltassem operários e operárias na evangelização. Desta sua
intuição e com a atuação dos cristãos leigos nascem e crescem duas Congregações
Religiosas com o carisma de rezar e zelar pelas vocações: as Filhas do Divino
Zelo e os Rogacionistas do Coração de Jesus.
Isto nos indica que o
tema vocacional está intrínseco na vida e na missão dos cristãos leigos e
leigas. Estamos no jubileu de ouro do Concílio Vaticano II. As comemorações
desse evento importante é uma oportunidade para que examinemos o papel e a
missão dos cristãos leigos e leigas, vocacionados, discípulos missionários de
Jesus Cristo a contribuir e ter o seu papel de evangelizadores numa Igreja toda
vocacionalizada e ministerial. Aqui não se trata de um ocupar o lugar do outro.
Precisamos, pois, superar esta “insegurança” e acreditar mais na criatividade
Espírito de Deus.
Compreender a Igreja
como comunidade de operários e operárias a serviço da messe do Senhor, talvez
seja o desafio para entender que na Igreja há multiplicidade de carismas e
diversidade de ministérios, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (1 Cor
12,6).
Refletindo este tema,
como cristão leigo devo me perguntar: Qual a minha missão, qual o meu lugar, qual o meu compromisso, considerando-me
um vocacionado que pelo batismo assumiu o chamado de Deus? Ou, o que Deus quer
da minha vocação como cristão leigo ou leiga?
Conscientes do chamado
de Deus, como cristãos leigos e leigas somos convocados para, em comunhão
assumirmos a nossa vocação e missão. Todavia, isto não significa ser apenas um
expectador ou destinatário da mensagem evangélica e das preocupações da Igreja,
mas, sim, ser um interlocutor consciente de sua missão de cristão leigo. Neste
ínterim, sem dúvida alguma, os cristãos leigos e leigas “participam do múnus
sacerdotal, profético e régio de Cristo e compartilham a missão de todo o Povo
de Deus na Igreja e no mundo” (cf. Decreto Apostolicam Actuositatem, nº2). Este foi um
aspecto importante do Concílio Vaticano II, um impulso dado pelo Espírito Santo
à Igreja, quando ela própria reafirma a valorização dos cristãos leigos e sua
missão como operários e operárias na grande messe, “uma multidão cansada e
abatida, como ovelhas sem pastor...” (Mt 9, 35-38). Certamente isto emerge como
um elemento fundamental para a nova realidade do mundo numa “mudança de época”.
Portanto, todos na Igreja possuem a vocação para a missão de evangelização.
Passamos, então, a falar da missão da Igreja no mundo, servindo ao reino e não
a si mesma. Nesta missão evangelizadora da
Igreja, devemos recordar
a missão do cristão leigo, como um bom operário da grande messe do Senhor. Ora,
o que significa ser bom operário na messe do Senhor? Significa, acima de tudo
viver em comunhão com a Igreja, partilhar dons e carismas, ser presença de
Jesus Cristo na sociedade, na política, na cultura, nas ciências, nos esportes e
nos novos areópagos (cf. DAp. nº 491). Fazer a Igreja presente em lugares e
circunstâncias jamais imaginadas.
Agora, para concluir
esta reflexão, uma dica para ser bom operário e boa operária na evangelização:
primeiro, abraçar a causa vocacional através da oração pelas vocações; segundo,
propagar esta oração vocacional testemunhando que vale a pena ser de Jesus
Cristo, nesta propagação demonstrar a alegria de ser cristão católico pelo
batismo; terceiro agir – ser de fato um bom operário pela própria essência de sua
consagração batismal.
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