Consagração
ao serviço divino; o testemunho de vida
44.
Pelos votos, ou outros compromissos sagrados a eles semelhantes, com os quais
se obriga aos três mencionados conselhos evangélicos, o cristão entrega-se
totalmente ao serviço de Deus sumamente amado, de maneira que por um título
novo e especial fica destinado ao serviço do Senhor. Já pelo Baptismo, morrera
ao pecado e fora consagrado a Deus; mas, para poder recolher frutos mais
abundantes dá graça baptismal, pretende libertar-se, pela profissão dos
conselhos evangélicos na Igreja, dos impedimentos que o poderiam afastar do
fervor da caridade e da perfeição do culto divino, é consagrado mais
intimamente ao serviço divino (139). E esta consagração será tanto mais
perfeita quanto mais a firmeza e a estabilidade dos vínculos representarem a
indissolúvel união de Cristo à Igreja, Sua esposa.
E como
os conselhos evangélicos, em razão da caridade a que conduzem (140), de modo
especial unem à Igreja e ao seu mistério aqueles que os seguem, deve também a
sua vida espiritual ser consagrada ao bem de toda ela. Daqui nasce o dever de
trabalhar na implantação e consolidação do reino de Cristo nas almas e de o
levar a todas as regiões com a oração ou também com a acção, segundo as
próprias forças e a índole da própria vocação. Por isso, a Igreja defende e
favorece a índole própria dos vários Institutos religiosos.
A
profissão dos conselhos evangélicos aparece assim como um sinal, que pode e deve
atrair eficazmente todos os membros da Igreja a corresponderem animosamente às
exigências da. vocação cristã. E porque o Povo de Deus não tem na terra a sua
cidade permanente, mas vai em demanda da futura, o estado religioso, tornando
os seus seguidores mais livres das preocupações terrenas, manifesta também mais
claramente a todos os fiéis os bens celestes, já presentes neste mundo; é assim
testemunha da vida nova é eterna, adquirida com a redenção de Cristo, e
preanuncia a ressurreição futura e a glória do reino celeste. O mesmo estado.
religioso imita mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja aquela
forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo para cumprir a
vontade do Pai, e por Ele foi proposta aos discípulos que O seguiam. Finalmente,
o estado religioso patenteia de modo especial a elevação do reino de Deus sobre
tudo o que é terreno e as suas relações transcendentes; e revela aos homens a
grandeza do poder de Cristo Rei e a potência infinita com que o Espírito Santo
maravilhosamente actua na Igreja.
Portanto, o estado constituído pela profissão
dos conselhos evangélicos, embora não pertença à estrutura hierárquica da
Igreja, está contudo inabalavelmente ligado à sua vida e santidade.(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. VI - Os Religiosos)
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