Os
conselhos evangélicos e o estado religioso
43. Os
conselhos evangélicos de castidade consagrada a Deus, de pobreza e de
obediência, visto que fundados sobre a palavra e o exemplo de Cristo e
recomendados pelos Apóstolos, pelos Padres, Doutores e Pastores da Igreja, são
um dom divino, que a mesma Igreja recebeu do seu Senhor e com a Sua graça
sempre conserva. A autoridade da Igreja, sob a direcção do Espírito Santo,
cuidou de regular a sua prática e também de constituir, à base deles, formas
estáveis de vida. E assim sucedeu que, como em árvore plantada por Deus e
maravilhosa e variamente ramificada no campo do Senhor, surgiram diversas
formas de vida, quer solitária quer comum, e várias famílias religiosas, que
vêm aumentar as riquezas espirituais, tanto em proveito dos seus próprios
membros como no de todo o Corpo de Cristo (136). Com efeito, essas famílias dão
aos seus membros os auxílios duma estabilidade mais firme no modo de vida, duma
doutrina segura em ordem a alcançar a perfeição, duma comunhão fraterna na
milícia de Cristo, duma liberdade robustecida pela obediência, para assim
poderem cumprir com segurança e guardar fielmente a profissão religiosa e
avançar jubilosos no caminho da caridade (137).
Tendo
em conta a constituição divina hierárquica da Igreja, este estado não é
intermédio entre o estado dos clérigos e o dos leigos; de ambos estes estados
são chamados por Deus alguns cristãos, a usufruirem um dom especial na vida da
Igreja e, cada um a seu modo, a ajudarem a sua missão salvadora (138).
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. VI - OS Religiosos)
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