A
natureza da sua mediação
62.
Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o
consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto à
cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos. De facto, depois de elevada
ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme
intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna (185). Cuida,
com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias,
caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a
Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro,
medianeira (186). Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à
dignidade e eficácia do único mediador, que é Cristo (187).
Efectivamente,
nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encarnado e Redentor; mas, assim
como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e
pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde
vàriamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não
exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diversas, que participam dessa
única fonte.
Esta
função subordinada de Maria, não hesita a Igreja em proclamá-la; sente-a
constantemente e inculca-a aos fiéis, para mais intimamente aderirem, com esta
ajuda materna, ao seu mediador e salvador.
(Documento Constituição: Lumen Gentium - Sobre a Igreja - Cap. VIII - A Bem Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no Mistério de Cristo e da Igreja)
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