SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS
O QUE DEUS EXIGE DE NÓS?
(cf Miquéias 6,6-8)
DIA 1
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Caminhando
em conversação
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Leituras
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Gênesis
11,1-9
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A
história de Babel e o legado da nossa diversidade
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Salmo
34,11-18
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“Vinde
escutar-me! O convite de Deus à conversação
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Atos 2,
1-12
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O
derramamento do Espírito, o dom da compreensão
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Lucas
24,13-25
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Conversa
com Jesus Ressuscitado na estrada
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Comentário
Caminhar humildemente com Deus significa caminhar como pessoas que falam
umas com as outras e com o Senhor, sempre atentas ao que ouvem. Por isso
iniciamos nossa celebração da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
refletindo sobre passagens da Escritura que falam da prática essencial da
conversação. A conversação tem sido elemento central no movimento ecumênico,
pois abre espaços para aprender uns com os outros, para partilhar o que temos
em comum e para nossas diferenças serem ouvidas e atendidas. Desse modo se
desenvolve uma compreensão mútua. Esses dons da busca pela unidade são parte do
nosso chamado básico para responder ao que Deus exige de nós: através de uma
conversa verdadeira, a justiça se faz e a bondade é aprendida. Experiências
práticas de libertação no mundo inteiro deixam claro que o isolamento de
pessoas que são forçadas a viver na pobreza é energicamente superado por
práticas de diálogo.
A leitura de hoje do Gênesis e a história de Pentecostes mostram ambas
algo dessa ação humana e de seu lugar no plano de libertação que Deus tem para
o povo. A história da torre de Babel descreve primeiro como grandes coisas são
possíveis quando não existe uma barreira de linguagem. No entanto, a história
mostra que esse potencial é percebido como uma espécie de base para a auto
promoção: “Conquistemos para nós um nome” é a motivação para a construção da
grande obra. No fim, esse projeto leva a uma confusão de línguas; de aí em
diante precisamos aprender o significado da nossa própria humanidade através de
uma paciente atenção dedicada ao outro que é estranho para nós. É com o
derramamento do Espírito Santo em Pentecostes que a compreensão no meio das
diferenças se torna possível de maneira nova, pelo poder da ressurreição de Jesus.
Agora somos convidados a partilhar o dom de falar e ouvir, orientado na direção
do Senhor e na direção da liberdade. Somos chamados a caminhar no Espírito.
A experiência dos discípulos no caminho de Emaús é uma conversa
acontecendo no contexto de uma viagem em conjunto, mas também de perda e
desapontamento em relação à esperança. Como Igrejas vivendo em vários níveis de
desunião e como sociedades divididas por preconceitos e medo do outro podemos
nos reconhecer aí. No entanto, é precisamente aí que Jesus escolhe entrar na
conversa - não se colocando no papel superior de professor, mas caminhando ao
lado dos discípulos. O desejo dele de ser parte de nossas conversas e nossa
resposta ao querer que ele permaneça e fale mais conosco é que nos possibilitam
um encontro vívido com o Senhor Ressuscitado.
Todos os cristãos sabem algo desse encontro com Jesus e do poder de sua
palavra “ardendo em nós”; essa experiência de ressurreição nos chama a uma mais
profunda unidade em Cristo. A conversação constante, entre nós e com Jesus –
mesmo dentro de nossa própria desorientação – nos conserva a caminho, juntos na
direção da unidade.
Oração
Jesus Cristo, proclamamos com alegria nossa identidade comum em ti, e te
agradecemos por nos convidares a um diálogo de amor contigo. Abre nossos
corações para participar mais perfeitamente de tua prece ao Pai para que
sejamos um, de modo que, caminhando juntos, possamos nos aproximar sempre mais
uns dos outros. Dá-nos a coragem de dar testemunho da verdade juntos e possa o
nosso diálogo envolver mesmo aqueles que perpetuam a desunião. Envia teu
Espírito para nos capacitar diante de situações de desafio em que a dignidade e
a compaixão estão ausentes em nossas sociedades, nações e no mundo. Deus da
vida, guia-nos para a justiça e a paz. Amém.
Questões
Onde praticamos verdadeira conversação, no meio das variadas diferenças
que nos separam?
§ Nossa conversação está orientada para
algum grande projeto de nosso próprio interesse ou para a nova vida que traz
esperança de ressurreição?
§ Com que pessoas conversamos e quem
não está incluído em nossas conversações? Por que?
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